Por Senad Karaahmetovic
Após o índice MSCI China, que reúne ações de grande e média capitalização do país, subir 24% em relação às mínimas de março, Wall Street passou a ficar mais otimista com os papéis do gigante asiático.
O estrategista do Goldman Sachs, Kinger Lau, destaca o bom desempenho do índice MSCI China, que foi "o mais forte em três meses em relação ao SPX, na última década, no momento em que as ações globais acabam de registrar seus piores retornos no primeiro semestre desde 1970.”
O estrategista ressalta ainda que a China voltou a entrar no radar dos investidores, diante do aumento do risco de recessão.
“O crescimento da China deve se firmar no segundo semestre, graças à flexibilização política e à normalização da Covid, mas os economistas do GS ainda veem uma probabilidade de 48% de que a economia dos EUA/mundial entre em uma “leve” recessão nos próximos 24 meses. Nesse cenário, os resultados de 2023 e o P/L prospectivo cairiam 4% e 7% em relação aos níveis atuais, em conjunto com um recuo de 11% no índice, salvo em caso de uma compensação política”, escreveu Lau aos clientes em nota.
Ele disse ainda que a “China não está mais em liquidação” em vista do recente rali nas ações, após os papéis ligados à internet no país já terem saltado quase 45% desde meados de março.
No entanto, a projeção de que a China continuará entregando bom desempenho permanece intacta:
- A China parece estar bem posicionada em seus ciclos de crescimento, inflação e política do que o resto do mundo;
- A China geralmente tem bom desempenho no 2º semestre e antes do Congresso do Partido; e
- Há risco positivo em relação ao leve posicionamento de fundos mútuos/hedge e maior demanda por beta acionário fora dos EUA.
Por fim, o estrategista reiterou o posicionamento do banco: dar mais peso a setores como internet, automóveis, semicondutores e bens duráveis.
Da mesma forma, o analista do Morgan Stanley (NYSE:MS), Erik Woodring, enxerga a chance de empresas norte-americanas de hardware de tecnologia da informação, como Apple (BVMF:AAPL34)(NASDAQ:AAPL), Dell (BVMF:D1EL34)(NYSE:DELL), Logitech (NASDAQ:LOGI) e HP (BVMF:HPQB34)(NYSE:HPQ), se beneficiarem da reabertura do país.
Essas ações têm “maior exposição de receita à China e podem se beneficiar no curto prazo com uma reabertura”.
O analista concluiu dizendo que muitas ações de hardware também podem “se beneficiar de uma redução nas tarifas chinesas, embora o impacto nas margens provavelmente seja mínimo”.