Por Chen Aizhu
CINGAPURA (Reuters) - A China National Petroleum Corp, uma das principais compradoras de petróleo da Venezuela, suspendeu carregamentos em agosto após as últimas sanções dos Estados Unidos contra o exportador da América do Sul, disseram à Reuters nesta segunda-feira duas fontes em Pequim com conhecimento direto do assunto.
A administração Donald Trump decidiu no início de agosto congelar todos ativos venezuelanos nos EUA, com autoridades norte-americanas retomando ameaças contra companhias que façam negócios com a Venezuela.
"A ordem executiva de Trump deu uma diretriz para as próximas medidas de sanções que serão anunciadas pelo Tesouro dos EUA... A CNPC teme que a companhia possa ser impactada por essas sanções secundárias", disse uma fonte.
Um porta-voz da CNPC recusou-se a comentar.
Uma segunda fonte, um executivo que trabalha com a venda de petróleo venezuelano na China, disse que sua empresa foi notificada sobre a suspensão.
"Nós fomos informados de que a Chinaoil não vai carregar nenhum petróleo em agosto. Nós não sabemos o que acontecerá depois."
A Chinaoil é o braço de "trading" da CNPC que tem contratos para petróleo venezuelano, sendo uma das principais clientes de Caracas.
As duas fontes recusaram-se a ser identificadas porque não possuem autorização para falar com a imprensa.
A CNPC irá aguardar mais diretrizes do Tesouro dos EUA antes de novos movimentos em relação ao petróleo venezuelano, disse a primeira fonte.
A suspensão segue-se a recentes conversas entre os governos dos EUA e da China, incluindo um encontro entre funcionários da embaixada dos EUA em Pequim e executivos da CNPC, disse a fonte.
A Casa Branca impôs sanções à indústria petrolífera da Venezuela em janeiro em um esforço para derrubar o presidente socialista Nicolas Maduro, cuja reeleição em 2018 é vista como ilegítima em grande parte do Ocidente.
A ordem executiva Trump emitida em 5 de agosto não sancionou explicitamente empresas não-americanas que fazem negócios com a estatal venezuelana PDVSA, incluindo parceiros em operações de petróleo como a francesa Total e a norueguesa Equinor, além de clientes russos e chineses.
Mas a ordem ameaça congelar ativos nos EUA de qualquer pessoa ou empresa determinada a "ajudar materialmente" o governo venezuelano.