Money Times - O Citi está animado com as perspectivas da Marfrig (SA:MRFG3) nos Estados Unidos. Tanto, que elevou o preço-alvo das ações de R$ 11,50 para R$ 14. O novo valor significa um potencial de alta de 27% sobre o fechamento desta segunda-feira (13). O banco também passou a indicar a compra dos papéis, mas com o aviso de que o risco é elevado.
Assinado pelos analistas João Pedro Soares e Tobias Stingelin, o relatório lista três motivos para a melhoria da recomendação do banco. O primeiro é a expectativa de que o consumo de carne cresça neste ano nos EUA. O segundo é a projeção de que maior geração de caixa, após a Marfrig adquirir a fatia de 31% que a gestora de fundos de investimentos Jefferies Financial Group detinha na National Beef.
Por último, a saída do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) do quadro de acionistas da Marfrig também reduz o risco de interferências do banco estatal na gestão da companhia.
Caixa forte
O Citi acrescenta que a recente injeção de R$ 901 milhões na caixa da Marfrig (SA:MRFG3), por meio de um follow-on, e o uso desse dinheiro para quitar antecipadamente dívidas com juros altos, mostram que a empresa está mais preocupada em reforçar seu balanço, do que em expandir seus negócios por meio de aquisições.
Apetite: consumo americano deve crescer em 2020 (Imagem: Unsplash/@barronrothphotography) Com isso, o Citi elevou em 18% a projeção de geração de caixa, medida pelo ebitda, deste ano. O novo valor é de R$ 4,585 bilhões. Para 2021, o indicador subiu 16%, para R$ 4,08 bilhões.
Atualmente, os analistas estimam que as ações da Marfrig são negociadas por múltiplos abaixo do ideal. A relação FV/Ebitda, que compara o valor da empresa com sua geração de caixa, está em 4,7 vezes. No modelo do Citi, a proporção deveria ser de 5,2 vezes.
“Acreditamos que a Marfrig poderia, potencialmente, gerar R$ 1 bilhão em FCFE [fluxo de caixa livre para os acionistas] em 2020 (13,2% yield)”, afirma o banco.
Os investidores também estão de bom humor com a companhia. Por volta das 14h30, as ações subiam 2,44% na bolsa, negociadas a R$ 11,32 – uma das maiores altas daquele momento, segundo a B3 (B3SA3 (SA:B3SA3)). No mesmo instante, o Ibovespa recuava 0,18%, para 117.119 pontos.