Por Tatiana Bautzer e Saeed Azhar e Isabel Woodford
NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - O Citigroup (NYSE:C) cancelou a venda de sua unidade de consumo mexicana, conhecida como Banamex, e buscará uma oferta pública inicial de ações (IPO), informou o banco nesta quarta-feira.
As ações do banco caíam mais de 3% no início do pregão.
O conglomerado Grupo México estava em negociações para comprar a unidade. Em meados de maio, em meio a especulações de que o negócio estava em seus estágios finais, o presidente mexicano, André Manuel López Obrador, disse em coletiva de imprensa que "não há problema" com a compra do negócio pelo grupo mexicano.
No entanto, um decreto do governo publicado dias depois ordenou a aquisição "temporária" de um trecho da ferrovia controlada pelo Grupo México, assustando os investidores e tornando as negociações entre o governo e a empresa "difíceis", disse o grupo.
Mark Mason, diretor financeiro do Citi, disse que a decisão "nos permite retomar um nível modesto de recompras de ações neste trimestre".
O Citi havia anunciado planos de se desfazer da unidade há mais de um ano, como parte de uma revisão estratégica da presidente-executivo Jane Fraser. Agora, espera que a oferta pública inicial seja concluída em 2025.
As complicações recentes no processo de venda pesaram na decisão, incluindo as exigências do governo mexicano e outros fatores, disse uma pessoa com conhecimento do assunto que não quis se identificar porque as discussões eram particulares.
O Banamex foi adquirido por 12,5 bilhões de dólares em 2001, enquanto as últimas negociações o avaliavam em torno de 7 bilhões de dólares.
O Citigroup anunciou pela primeira vez em janeiro de 2022 que sairá do México, encerrando sua presença de varejo de 20 anos no país e iniciando um processo de licitação estendido.
Desde que anunciou que deixará os negócios de consumo em 14 mercados na Ásia, Europa, Oriente Médio e México, o Citi concluiu vendas em sete mercados, incluindo Austrália, Bahrein, Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã. O banco está encerrando seus negócios de consumo na China e na Coreia e seus negócios na Rússia.
(Reportagem adicional de Yasmin Mehnaz, Niket Nishant, Valentine Hilaire e Isabel Woodford)