SÃO PAULO (Reuters) - Uma cobrança da cerca de 2,2 bilhões em impostos pela Receita Federal contra o BTG Pactual pode acabar tendo que ser paga pelo suíço UBS, caso uma decisão contra o banco brasileiro não seja revertida, disse à Reuters uma fonte a par do assunto.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que julga recursos contra autuações da Receita Federal, condenou na véspera o grupo comandado por André Esteves a pagar a quantia, relativa a Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), por uso indevido de ágio gerado na compra do então Pactual pelo UBS, em 2007, para pagar tributos.
O BTG disse que recorrerá da decisão por considerar que seguiu a legislação tributária.
"A operação objeto de questionamento foi realizada entre duas entidades independentes e por valor e estrutura de amplo conhecimento do público e dos reguladores pertinentes", afirmou o BTG em nota.
Uma fonte a par do assunto, no entanto, disse que o acordo de 2007 entre as instituições prevê que o valor cobrado pela Receita será pago pelo UBS, se não for derrubado.
"Isso está acertado em contrato", disse a fonte, que pediu para não ser identificada.
Procurado, o UBS informou que não vai se manifestar sobre o assunto. Representantes do Carf não puderam ser contatados para comentar o julgamento.
(Por Aluísio Alves)