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Cogna tem lucro menor no 1º tri com mais despesas corporativas; receita e Ebitda sobem

Publicado 08.05.2024, 18:42
Atualizado 08.05.2024, 18:45
© Reuters

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO, (Reuters) - A Cogna (BVMF:COGN3) encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de 50,5 milhões de reais, queda de 57,1% ano a ano, em performance pressionada por aumento despesas corporativas e itens não recorrentes, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo grupo de educação.

Incluindo efeitos relacionados a aquisições, a companhia apurou um prejuízo de 8,512 milhões de reais, revertendo resultado positivo de 54,386 milhões de reais um ano antes.

As despesas corporativas subiram 43,4% nos primeiros três meses de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, para 54,644 milhões de reais, principalmente, segundo a empresa, pelo aumento da linha de Despesas Gerais e Administrativas devido a renovação de contratos de softwares e licenças.

Os itens não recorrentes tiveram um efeito negativo de 28,465 milhões de reais, um salto de 147,7%, com impacto "one-off" de cerca de 16 milhões de reais referentes a transação com o Grupo Eleva, onde 4 escolas possuíam earn-out no período da negociação e uma delas se materializou no primeiro trimestre.

Projeções compiladas pela LSEG apontavam lucro líquido de 81,7 milhões de reais.

A receita líquida, por sua vez, aumentou 15,7%, para 1,5 bilhão de reais, com expansão de dois dígitos em todas as linhas de negócios -- Kroton (+12,5%), Vasta (+14,4%) e Saber (+46,8%), enquanto o resultado operacional medido pelo Ebitda recorrente somou 495,5 milhões de reais, alta de 9,5%.

A margem Ebitda recorrente da Cogna, porém, caiu 1,8 ponto percentual, a 32,2%, com a mudança na estratégia de marketing na Kroton, focando em antecipar a entrada do aluno. Assim, a captação do primeiro trimestre na unidade cresceu 14,7% ano a ano, com alta de 10,5% na rematrícula e de 4,5% no ticket médio.

De acordo com o presidente-executivo da Cogna, Roberto Valério, os números do primeiro trimestre proporcionam "bastante segurança" de que a empresa está caminhando bem. "Nós começamos bem o ano e continuamos confiantes no guidance, porque a receita está crescendo, o Ebitda está crescendo", afirmou.

A Cogna prevê um Ebitda recorrente entre 2,1 bilhões a 2,4 bilhões de reais em 2024, com 1 bilhão de reais de geração de caixa após capex.

O executivo destacou positivamente a geração de caixa operacional, mesmo que a métrica após capex (GCO) tenha recuado 7,4% ano a ano, para 210,229 milhões de reais no primeiro trimestre, por descasamento temporal relacionado a recursos do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).

De acordo com o executivo, houve antecipação de pagamentos do PNLD pelo governo federal, com os recursos entrando nos últimos dias de dezembro ao invés de janeiro. Ele disse que se esses 50 milhões de reais tivessem entrado em janeiro, a geração de caixa seria de 260 milhões de reais, crescimento de 15%.

A geração de caixa operacional após capex e serviço da dívida somou 9,433 milhões de reais no trimestre, ante um consumo de caixa de 48,398 mihões de reais um ano antes.

Medidas de "liability management" combinadas com o aumento de geração de caixa e Ebitda referendaram nova redução na alavancagem, a 1,79 vez no primeiro trimestre de 2024, de 2,03 vezes nos primeiro três meses de 2023 e 1,83 vez em dezembro. A dívida líquida ficou estável em quase 3,3 bilhões de reais.

"Nossa prioridade continua sendo a mesma: usar a geração de caixa para ir desalavancando a companhia", afirmou Valério.

Nesse contexto, a Cogna deve definir neste mês a taxa final para uma oferta de debêntures de 1,1 bilhão de reais, em operação que terá os recursos utilizados para "liability management", que tem como principal objetivo alongar o cronograma de amortização.

RIO GRANDE DO SUL

O CEO afirmou que as unidades da companhia não foram afetadas pelas enchentes devastadoras do Rio Grande do Sul mas alguns polos, sim. Ele afirmou que não tem uma dimensão ainda de quanto isso pode impactar o resultado da Cogna, mas ressaltou que neste momento o foco está em ajudar.

"Nós estamos unsado as nossas unidades e os polos que não estão com problemas para atender à população; nossos alunos e professores estão fazendo acolhimento... As nossas quadras estão cheias de materiais, colchão", disse, citando que franqueados de Red Balloon também têm apoiado.

Ele ainda citou todas as unidades do grupo no Brasil e franqueados estão fazendo coletas de doações para a companhia direcionar ao Rio Grande do Sul.

"Conseguir ajudar a população é a nossa prioridade. Não calculamos ainda como pode impactar... Sim, alguns polos nossos estiveram nesses espaços inundados, mas eu não consigo antecipar. Eu entendo que não é algo que vai impactar de maneira relevante, mas não fizemos conta ainda."

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