SÃO PAULO (Reuters) - O Grupo Abril protocolou nesta quarta-feira em São Paulo um pedido de recuperação judicial de suas empresas, citando dívidas de 1,6 bilhão de reais.
O pedido de recuperação judicial engloba todas as companhias operacionais do grupo, incluindo a Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações, agrupadas dentro da Dipar Participações, e de distribuição de encomendas Tex Courier.
"Esse movimento se deve à necessidade do grupo em buscar proteção judicial para a repactuação de seu passivo junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional", afirmou o grupo o comunicado. A companhia afirmou que a decisão foi motivada por "uma situação de instabilidade junto a seus credores e ações abruptas de restrição de seu capital de giro".
O grupo criado em 1950 por Victor Civita tem enfrentado nos últimos anos crescente migração de receitas publicitárias de meios impressos para mídias digitais, encabeçadas mais recentemente por Google (NASDAQ:GOOGL) e Facebook (NASDAQ:FB).
Na semana passada, a Abril anunciou o fechamento de 10 títulos, incluindo revistas conhecidas como Elle, Boa Forma, VIP, Viagem e Turismo e Casa Claudia, além da demissão de cerca de 500 funcionários, incluindo 100 jornalistas. Outros 15 títulos, incluindo o da revista Veja, foram mantidos.
Em julho, a Abril tinha passado o comando executivo do grupo para a consultoria Alvarez & Marsal, especializada em processos de recuperação judicial.
(Por Aluísio Alves e Tatiana Bautzer)