Por Tim Hepher e Lisa Barrington
DUBAI (Reuters) - As companhias aéreas globais aumentaram nesta segunda-feira previsão de lucro para 2024 e projetaram uma receita para todo o setor pouco abaixo do 1 trilhão de dólares, impulsionadas por número recorde de viajantes.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês)) disse que espera que o setor mundial gere um lucro de 30,5 bilhões de dólares este ano, superior aos 27,4 bilhões revisados para cima de 2023.
Isso ocorre apenas quatro anos após o colapso do setor, que teve um prejuízo de 140 bilhões de dólares em 2020 como resultado da pandemia, e está acima da previsão de 25,7 bilhões para 2024 divulgada em dezembro.
"O ambiente está melhor do que esperávamos, especialmente na Ásia", disse o diretor-geral da Iata, Willie Walsh, à Reuters, à margem de uma reunião anual dos mais de 300 membros da entidade, que respondem por mais de 80% do tráfego aéreo global.
Mas o setor aéreo alertou que sua capacidade de atender a uma forte recuperação na demanda está sendo prejudicada pela interrupção das cadeias de suprimentos globais, incluindo as entregas de suas próprias frotas.
Os rendimentos dos passageiros - ou o valor médio pago por um passageiro para voar uma milha - devem se fortalecer 3,2% em comparação com 2023, disse a Iata. Em parte, isso se deve ao fato de o crescimento da capacidade ser limitado, o que aumenta as tarifas médias.
Em contrapartida, espera-se que o valor correspondente para cargas caia 17,5% em 2024, à medida que os mercados de frete retornam aos padrões normais após o crescimento durante a pandemia.
"A margem continua muito pequena; ainda estamos considerando uma margem de pouco mais de 3%", disse Walsh. "Esse desempenho ainda está bem abaixo do que o setor precisa estar."
Na Ásia, a Iata mais do que triplicou sua previsão de lucro do setor para 2024, para 2,2 bilhões de dólares, apesar da lenta recuperação das viagens internacionais na China.
Com 14,9 bilhões de dólares, sem alterações em relação às previsões anteriores, a América do Norte continua sendo a região mais lucrativa com "fortes gastos do consumidor, apesar da pressão do custo de vida", disse a Iata.
A entidade disse que as companhias aéreas foram atingidas por problemas de manutenção imprevistos. Isso parece ser uma referência aos gargalos no reparo dos motores fabricados pela Pratt & Whitney, que devem deixar centenas de jatos Airbus (EPA:AIR) parados em meados deste ano.
Fontes do setor disseram na sexta-feira que a Airbus, a maior fabricante de aviões do mundo, está enfrentando um novo aumento nos problemas de fornecimento, lançando dúvidas sobre os planos de produção para o segundo semestre. A companhia afirmou que está mantendo metas de entrega para o ano.
A rival Boeing (NYSE:BA) está produzindo muito menos jatos 737 MAX do que o planejado originalmente, depois que uma explosão no painel da cabine em pleno ar, em janeiro, levou os órgãos reguladores dos EUA a limitar sua produção.