Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O movimento de passageiros este ano no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, deve superar as expectativas, disse o presidente da concessionária que administra o terminal, RIOgaleão, Alexandre Monteiro, nesta sexta-feira.
A concessionária estimou no começo do ano um fluxo de passageiros no Galeão de 14 milhões de pessoas, mas agora a projeção é de aproximadamente 14,5 milhões.
Em 2023, passaram pelo terminal internacional do Rio de Janeiro menos de 8 milhões de passageiros, número alcançado entre janeiro e julho deste ano.
"Vamos passar um pouco dos 14 milhões...Agora achamos que vai chegar a quase 14,5 milhões", afirmou Monteiro à Reuters em evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
O crescimento de um ano para o outro e a estimativa maior para 2024 são resultado de fatores que incluem o aumento de voos internacionais e transferência de voos do aeroporto de Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, para o Galeão, disse o executivo.
"A gente pode dizer que a coordenação está indo bem. Internacional está indo bem, assim como as conexões no aeroporto", disse o presidente da RIOgaleão.
Segundo a concessionária, de janeiro a julho deste ano foram 2,6 milhões de passageiros internacionais ante quase 2 milhões no mesmo período de 2023. O total de passageiros domésticos subiu de 2 milhões para 5,3 milhões no período.
No ano passado, os governos federal, estadual e municipal anunciaram medidas para tentar fomentar o fluxo no Galeão, que tem uma capacidade para cerca de 37 milhões de passageiros por ano. Uma das principais medidas foi a limitação da movimentação no Santos Dumont, o que forçou a transferência de voos de um terminal para o outro. O Santos Dumont chegou a movimentar em 2022 cerca de 10 milhões de passageiros contra pouco menos de 6 milhões no Galeão.
A concessionária do terminal internacional prevê fechar 2024 com investimentos perto de 110 milhões de reais e o plano de investimentos para 2025 deve ser finalizado até o fim do ano. Em 2023 foram investidos cerca de 50 milhões de reais.
Em 2022, a controladora da RIOgaleão, a Changi Airport, de Cingapura, chegou a anunciar que poderia desistir da concessão por conta de uma demanda aquém das expectativas.
Mas em 2023, após as medidas que forçaram os passageiros a usarem o Galeão, distante do centro do Rio, a empresa manifestou desejo de manter o negócio.
Esta semana, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o tema está no Tribunal de Contas da União e que espera que a Changi continue à frente da RIOgaleão.
A concessionária informou em nota que segue em conversas com o governo federal e o TCU “para buscar uma solução conjunta para a repactuação do contrato de longo prazo para concessão do aeroporto".
A empresa tem um passivo anual com a União de 1,3 bilhão de reais relativo à outorga gerada pelo leilão. A Changi, em consórcio com a antiga Odebrecht, venceu a disputa pelo Galeão em 2013, com uma oferta de cerca de 19 bilhões de reais, quase quatro vezes maior que o lance mínimo definido pelo governo.