LIMA (Reuters) - Um consórcio de construção liderado pela Odebrecht [ODBES.UL] poderá processar o Peru para ter certeza que poderá recuperar seu investimento em um projeto de gasoduto de 5 bilhões de dólares que foi cancelado pelo governo este ano, afirmou uma sócia do consórcio nesta terça-feira.
O governo do presidente peruano Pablo Kuczynski cancelou o contrato em janeiro, quando o consórcio descumpriu um prazo importante para obtenção de financiamento em meio às dificuldades criadas pela operação Lava Jato à Odebrecht.
O governo peruano tem recusado a aplicação de uma cláusula do contrato de construção relativa a avaliação dos ativos do projeto e como uma compensação poderia ser feita, disse Luis Diaz, presidente-executivo da Grana y Montero, uma das duas parceiras da Odebrecht no consórcio.
"Até agora, parece que não há consenso" com o governo, disse Diaz durante teleconferência com analistas. "Poderemos acabar recorrendo à arbitragem internacional, o que vai, com certeza, adiar a recuperação de tal investimento."
O Ministério de Minas e Energia do Peru, que deve relançar a licitação do projeto no próximo ano, não comentou o assunto.
Um porta-voz da Odebrecht no Peru disse que o processo de transferência dos ativos do projeto para controle estatal está indo bem até agora e que é muito cedo para discutir um potencial processo para receber compensações.
No ano passado, o grupo Grana, maior construtora do Peru, afirmou à Reuters que o consórcio precisaria receber pelo menos 1 bilhão de dólares em compensação se o governo retirasse o contrato.
(Por Mitra Taj)