Rio de Janeiro, 9 ago (EFE).- Um consórcio de empresas espanholas confirmou o interesse em participar da licitação para o trem de alta velocidade (DAV) entre São Paulo e Rio de Janeiro, disseram nesta sexta-feira fontes oficiais.
O interesse foi manifestado em carta enviada à Empresa de Planejamento e Logística (EPL) - responsável pela licitação -, informou o presidente da companhia estatal, Bernardo Figueiredo, em declaração à Agência Brasil.
Além do consórcio espanhol, um de empresas alemãs também demonstrou interesse em operar o que pode ser o primeiro trem-bala da América Latina, embora ainda não tenha confirmado participação no leilão.
De acordo com o presidente da EPL, o consórcio espanhol é formado, entre outras, pelas empresas Adif (administradora de infraestruturas), Ineco (engenharia e economia de transporte), Talgo (fabricante de trens) e Renfe (operadora de ferrovias).
As empresas interessadas têm prazo até 16 de agosto para apresentar as propostas na Bolsa de Valores de São Paulo. Figueiredo admitiu recentemente que o governo estudava a possibilidade de adiar o leilão devido aos problemas alegados por algumas empresas para reunir a documentação necessária.
A licitação obriga as companhias inscritas a apresentar um documento na qual declaram não ter registrado nenhum acidente em suas linhas de alta velocidade nos últimos cinco anos.
A Renfe era responsável pelo trem que descarrilou no dia 24 de julho em Santiago de Compostela, um acidente que deixou 79 mortos. Porém, tanto a EPL quanto o ministro dos Transportes, César Borges, disseram que a linha não era de alta velocidade, e que a empresa inicialmente não está inabilitada.
A folha de condições da licitação considera como linhas de alta velocidade as que permitem tráfego acima de 250 km/h. O trem que sofreu o acidente atingia velocidade máxima de 240 km/h.
A possível inabilitação da Renfe depende da análise da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que será feita depois de recebida toda a documentação.
O projeto do trem de alta velocidade Rio-São Paulo-Campinas, o primeiro da América Latina, percorrerá um trecho de 511 quilômetros, e calcula-se que exigirá um investimento de US$ 17 bilhões. EFE