SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de máquinas e equipamentos no Brasil voltou a cair em julho e a expectativa do setor é que o indicador que representa um dos termômetros da atividade industrial do país termine o ano em baixa de até 15 por cento, informou nesta quarta-feira a entidade que representa os fabricantes, Abimaq.
O consumo aparente recuou 3,4 por cento em julho sobre um ano antes, para 11 bilhões de reais, acumulando nos sete primeiros meses do ano queda de 4,6 por cento na comparação com o mesmo período de 2014.
O mês registrou queda no consumo, mesmo com a valorização do dólar contra o real, que aumenta o valor dos produtos importados, segundo a Abimaq. Desconsiderando o efeito cambial, os dados também mostram queda no consumo, de 16,6 por cento.
O presidente da entidade, Carlos Pastoriza, afirmou que os últimos cinco meses de 2015 devem ser piores para o consumo de máquinas no Brasil que os meses anteriores com um resultado anual abaixo do registrado em 2014.
"A tendência (...) aponta que podemos chegar a 12 a 15 por cento (de queda no ano)", disse Pastoriza, citando entre os fatores para o recuo o clima de incerteza e insegurança política e econômica que faz com que os agentes econômicos freiem investimentos.
A receita total do setor caiu 7,7 por cento em julho ante igual mês do ano passado, para 7,051 bilhões de reais.
As exportações de julho desabaram 26 por cento na mesma base de comparação, para cerca de 662 milhões de dólares, afetadas pela volatilidade cambial e por dificuldades do Programa de Financiamento às Exportações (Proex), afirmou a entidade. As importações tiveram queda de 23,6 por cento, para 1,661 bilhão de dólares.
Segundo a Abimaq, a queda nas importações não está sendo compensada por aumento das vendas no mercado interno pelos fabricantes nacionais, indicando "forte redução da taxa de investimento pelo terceiro ano consecutivo".
A associação informou ainda que a utilização da capacidade instalada dos fabricantes de máquinas e equipamentos em julho recuou a 66,6 por cento ante taxa de 76 por cento no mesmo mês do ano passado. A carteira de pedidos registrou contração de 15,9 por cento em julho na mesma base.
(Por Renan Fagalde)