SÃO PAULO (Reuters) - A companhia elétrica Copel (BVMF:CPLE6) não participará do leilão de transmissão de energia marcado para dezembro deste ano, uma vez que está focada em renovar as concessões de suas usinas hidrelétricas, disse nesta quarta-feira um executivo da companhia.
Em apresentação aberta a analistas de mercado, o superintendente de Relações com Investidores da Copel, Luiz Henrique De Mello, afirmou que ainda não há uma data certa para a assinatura dos novos contratos de concessão das hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias, um processo viabilizado após a privatização da elétrica paranaense em agosto deste ano.
"Essa assinatura está sendo conversada com o Ministério sobre quando deverá ocorrer, assim que ela ocorrer vamos comunicar o mercado e em 20 dias realizaremos o pagamento (do bônus de outorga de 3,7 bilhões de reais)", explicou Mello.
A renovação das hidrelétricas está no foco dos esforços da Copel no momento, uma vez que as usinas representam parte relevante de seu parque gerador -- 60% da capacidade instalada total da companhia -- e serão uma importante via de geração de valor.
Diante disso, no momento a companhia tende a se manter fora do leilão de transmissão marcado para dezembro, que será o maior da história em volume de investimentos, e de negociações para aquisição de novos ativos de geração, afirmou o superintendente de RI.
"Os leilões (de transmissão) de curtíssimo prazo provavelmente a companhia não participe, pelo mesmo motivo da geração, a gente precisa renovar as concessões. Mas no médio prazo, a companhia tende a participar dos leilões e continuar crescendo nesse ramo (da transmissão)", disse o executivo.
Em paralelo, a Copel também está buscando elevar a contratação de energia de suas usinas de geração, especialmente em produtos de prazo mais curto, considerando a conjuntura de preços baixos da energia no Brasil.
"Precisamos ter um pouco de paciência para contratar (energia), principalmente quando falamos a partir de 2025, 2026, 2027, para entendermos melhor o comportamento e a tendência de preços... O que temos feito, estamos tentando contratação de prazo mais curto nesse momento, exatamente para não fixar um preço baixo por muito mais tempo".
Mello afirmou ainda que o balanço de energia da Copel para 2024 já está praticamente todo contratado, mas que os volumes disponíveis para venda começam a aumentar significativamente em 2025.
(Por Letícia Fucuchima)