Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense de energia Copel (SA:CPLE6) tem preparado uma captação de cerca de 1 bilhão de reais, em recursos que seriam utilizados para rolar dívidas, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.
No último balanço divulgado, do terceiro trimestre de 2018, a Copel disse ter 3,19 bilhões de reais em dívidas com vencimento até setembro deste ano e 292,8 milhões de reais com vencimento até dezembro, além de 1,5 bilhão em débitos que vencem em 2020.
"Vai ter uma captação para rolar dívida... 1 bilhão de reais", afirmou a fonte, que projetou que a operação deve acontecer em um período de até três meses.
A fonte, que falou sob a condição de anonimato, não forneceu detalhes sobre a captação.
A Copel fechou o terceiro trimestre de 2018 com uma dívida líquida de 8,7 bilhões de reais. Isso representa uma alavancagem de 3,2 vezes, medida pela relação entre endividamento líquido e geração de caixa (Ebitda).
MODERNIZAÇÃO DE USINA
Em paralelo, a Copel também pretende realizar uma emissão de debêntures incentivadas para financiar investimentos na modernização de sua maior hidrelétrica, conhecida como Foz do Areia, que tem uma capacidade instalada de 1,67 gigawatt.
Em documento visto pela Reuters, no qual pede aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para qualificar o projeto como prioritário, permitindo o uso de debêntures incentivadas, a Copel disse que prevê realizar a transação "até junho de 2019".
A empresa também apresenta perspectiva de concluir até 2021 a modernização, que já começou.
Segundo a fonte, os investimentos previstos no empreendimento são de cerca de 150 milhões de reais.
"Mais ou menos 60 por cento já foi realizado", disse.
A usina Foz do Areia iniciou operação comercial em 1980 e tem contrato de concessão até 2023.
No documento à Aneel, a Copel disse que vai trocar rotores e outros equipamentos e sistemas que estão no final de vida útil, o que deve possibilitar "maior rendimento" e "aumento da garantia física", que é o montante de energia que uma usina pode negociar no mercado elétrico.
Procurada, a Copel não respondeu pedidos de comentário sobre a captação e nem sobre a modernização da usina.
(Por Luciano Costa)