SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense de energia Copel (SA:CPLE6) deverá adicionar 500 milhões de reais à geração de caixa a partir de 2019, devido à previsão de entrada gradual em operação de novas usinas na reta final deste ano e no início do próximo.
O presidente da unidade de geração e transmissão da companhia, Copel GT, Sérgio Lamy, disse em teleconferência com acionistas nesta quinta-feira que a previsão inclui o impacto do início da produção em parques eólicos cujas obras estão em fase final e das hidrelétricas de Baixo Iguaçu e Colíder.
"São 500 milhões de reais (adicionais) em nossa geração de caixa, isso está previsto a partir de 2019", afirmou.
O complexo eólico de Cutia, no Rio Grande do Norte, com 180 megawatts, deve entrar em operação a partir de julho, enquanto o complexo Bento Miguel, de 132 megawatts, deve começar a gerar em janeiro do ano que vem. Os investimentos em ambos somam cerca de 2 bilhões de reais.
Já a hidrelétrica de Colíder, no Mato Grosso, com 300 megawatts e orçada em quase 2,4 bilhões de reais, deve colocar suas máquinas para operar entre junho e novembro.
Na hidrelétrica Baixo Iguaçu, de 350 megawatts e com investimento de 704 milhões pela Copel, que possui 30 por cento no negócio, as máquinas devem entrar entre novembro e janeiro de 2019. A majoritária na usina é a Neoenergia, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola (MC:IBE).
Lamy disse ainda que a Copel fechou um contrato de gás com a Petrobras (SA:PETR4) válido até dezembro para abastecer sua termelétrica Araucária. A empresa espera que a usina seja acionada no segundo semestre deste ano, devido ao início do chamado período seco, sem grandes chuvas na região das hidrelétricas do país.
DESINVESTIMENTOS E DÍVIDA
A Copel também trabalha em um plano de desinvestimentos que deve mirar ativos não estratégicos.
A companhia apresentará esse plano ao Conselho de Administração na próxima reunião do colegiado, em junho, segundo o diretor financeiro da empresa, Adriano de Moura.
Ele disse ainda que a empresa deve fechar nas próximas semanas a contratação de assessores legais e financeiros para o plano.
"Esse assunto deve ser apresentado ao Conselho na próxima reunião... e com base nessa apresentação vamos fazer uma divulgação para o mercado com mais detalhes", afirmou.
O executivo disse ainda que a empresa está focada no momento em alongar suas dívidas, uma vez que a Copel tem 2,57 bilhões de reais em débitos com vencimento entre abril deste ano e março de 2019 e 3 bilhões entre abril de 2019 e dezembro de 2019.
"Estamos focados no alongamento da dívida... continuamos avaliando várias iniciativas de captação e de geração de caixa com esse objetivo", afirmou.
Ele disse que a rolagem dos vencimentos de curto prazo é uma prioridade da companhia, assim como a conclusão das obras em andamento.
A dívida total da Copel é de 10,4 bilhões de reais, enquanto a dívida líquida representa 8,4 bilhões de reais. Isso significa uma relação entre a geração de caixa (Ebitda) e o endividamento de 3,3 vezes no final de março, contra 3,1 vezes no fim de 2017.
A Copel teve lucro líquido de 339,6 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 18,6 por cento na comparação anual.
(Por Luciano Costa)