(A montadora esclareceu após a palestra que o executivo se referiu ao Mercosul, não Brasil, ao falar de novos investimentos. Corrige informação no sexto parágrafo)
Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da General Motors (NYSE:GM) para o Mercosul, Carlos Zarlenga, afirmou nesta segunda-feira que a montadora norte-americana quer liderar o mercado de veículos elétricos no bloco econômico nos próximos anos.
Falando durante Congresso Autodata Perspectivas 2018, o executivo afirmou que a GM tem como meta lançar 20 produtos elétricos no mundo nos próximos cinco anos.
"Se somos líderes no Mercosul (em vendas), temos que liderar em eletrificação", disse o executivo. "Para liderarmos no Mercosul, vamos ter que trabalhar isso no Brasil também", acrescentou Zarlenga, sem dar mais detalhes.
O executivo comentou que a venda de um veículo na região gera uma média de "25 mil a 30 mil dólares incluindo pós-venda, mas se você pensar nos ganhos que tecnologias como veículos autônomos poderão gerar isso sobe para 500 mil ao longo da vida útil do veículo", disse Zarlenga.
O executivo comentou à Reuters que o mercado brasileiro deverá passar por uma "evolução muito rápida" nos próximos anos.
Ele acrescentou que a GM deve anunciar novos investimentos no Mercosul em breve. A empresa já anunciou investimentos de 4,5 bilhões de reais entre este ano e 2020 no Brasil, dentro de um pacote de 13 bilhões de reais que vem sendo aplicado desde 2014.
"Não acabamos com anúncios de investimento e vamos ter mais um proximamente", afirmou o executivo na apresentação durante o congresso.
Questionado pela Reuters sobre o foco da GM nos próximos investimentos, Zarlenga comentou que a montadora pretende ter lançamentos "em segmentos novos em que ainda não participamos". Um exemplo é o utilitário esportivo Equinox, que teve vendas no país anunciadas pela montadora neste ano.
A categoria de SUVs foi uma das poucas a apresentar crescimento durante a crise do mercado nacional e tem continuado a atrair interesse, com novas entrantes no país, como a sul-coreana Ssangyong, que pretende voltar a exportar seus modelos de SUV e picapes para o Brasil a partir de 2018.
"Temos uma expectativa muito forte sobre a Equinox, segmento em que não estamos", disse Zarlenga, que espera um crescimento do mercado brasileiro de veículos em 2018 de 7 a 16 por cento, para algo entre 2,4 milhões e 2,6 milhões de unidades.
Mais cedo, em apresentação gravada para o congresso, o presidente associação de montadoras do país (Anfavea), Antonio Megale, afirmou que a entidade prevê que as vendas de veículos no país cresçam dois dígitos no próximo ano, ante uma expansão projetada para 2017 de 7,3 por cento.
(Ediçao de Raquel Stenzel)