Por Toby Sterling e Joshua Franklin
AMSTERDÃ/ZURIQUE (Reuters) - O banco suíço Credit Suisse virou foco de novas investigações por envolvimento em lavagem de dinheiro e evasão fiscal, após uma denúncia a promotores holandeses sobre dezenas de milhares de contas suspeitas desencadear operações em cinco países.
As buscas coordenadas começaram na quinta-feira na Holanda, Grã-Bretanha, Alemanha, França e Austrália, informou nesta sexta-feira o escritório holandês para a acusação por crimes financeiros (Fiod), com duas detenções confirmadas até agora.
Os holandeses "investigam dezenas de pessoas suspeitas de fraude fiscal e lavagem de dinheiro", disseram os promotores, acrescentando que suspeitos depositaram dinheiro em um banco suíço sem revelar às autoridades.
Autoridades fiscais britânicas disseram que abriram uma investigação criminal sobre suspeita de evasão fiscal e lavagem de dinheiro por "uma instituição financeira global" e estariam se concentrando inicialmente em "funcionários seniores", juntamente com um número não especificado de clientes.
Os promotores da cidade alemã de Colônia disseram que também estavam trabalhando com os holandeses. "Lançamos uma investigação contra clientes de um banco", disse um porta-voz.
Nenhuma das autoridades revelou o nome do banco envolvido. No entanto, o Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça, disse que as autoridades locais visitaram seus escritórios em Amsterdã, Londres e Paris "sobre questões fiscais de clientes" e que estava cooperando.
O Fiod apreendeu registros administrativos, bem como o conteúdo de contas bancárias, imóveis, joias, um carro de luxo, pinturas caras e uma barra de ouro de casas em quatro cidades holandesas.
As pessoas presas, uma em Haia e outra na cidade de Hoofddorp, não foram identificadas.
A operação enfureceu o procurador-geral da Suíça, que disse estar "desconcertado" pela forma como as autoridades holandesas lidaram com o assunto e exigirá uma explicação.
Os promotores holandeses responderam que as autoridades suíças foram deixadas de fora da investigação porque nenhum dos suspeitos era suíço.
A Eurojust, agência da União Europeia que coordena processos transfronteiriços, disse que a investigação começou em 2016 e representantes dos países envolvidos - a Suíça, entre eles - realizaram três reuniões preparatórias para compartilhar informações antes dos ataques de quinta-feira.
A ação da Credit Suisse caiu 1,2 por cento, enquanto o índice do setor bancário europeu subiu 0,1 por cento nesta sexta-feira.