Arena do Pavini - O crescimento econômico mais forte e as baixas taxas de juros impulsionarão os negócios da bolsa B3, afirma a Moody’s Investors Service em um novo relatório. A empresa continuará com resultados e geração de fluxos de caixa muito fortes, o que reduzirá ainda mais os índices de alavancagem financeira, suportando o seu rating de emissor Ba1.
Segundo a Moody’s, a B3 se beneficiará de volumes maiores de negociação de ações e derivativos relacionados, à medida que as empresas emitam mais ações em 2019 e os fluxos para gestoras de fundos com foco em ações e multimercados continuarem a aumentar, diz Farooq Khan, vice-presidente assistente da Moody’s. “Com a permanência das taxas em patamares baixos por mais tempo e a retomada da atividade corporativa junto com uma recuperação da economia, esperamos que a demanda – e a oferta – de dívida corporativa continuem altas. A B3 registra, negocia e liquida bônus corporativos, ganhando receita.”
Modelo diversificado
A agência de rating diz que o modelo de negócios diversificado da B3, resultado da fusão de 2017 entre a BM&F Bovespa S.A. e a Cetip S.A., lhe dá uma alavancagem operacional significativa, o que impulsionou um forte desempenho financeiro no ano de eleições do Brasil, quando os mercados voláteis levaram os volumes de negociação a atingirem máximas históricas. As margens lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e antes de impostos da B3 tiveram uma média de 72% e 42% nos primeiros três trimestres de 2018, um resultado favorável em comparação com a maior parte das operadoras de bolsas concorrentes no exterior.
Concorrência
Como condição para a fusão com a Cetip, a B3 comprometeu-se a permitir que potenciais concorrentes utilizem a sua infraestrutura e obtenham os mesmos preços que cobra de outras empresas de infraestrutura do mercado financeiro. Embora uma eventual concorrência em ações negociadas, serviços de registro e em outros negócios da B3 possa surgir, estes segmentos representam uma pequena proporção da receita total da companhia. No âmbito internacional, a B3 continuará a buscar iniciativas estratégicas com outras bolsas, visando ampliar a diversificação das receitas.
Câmara de compensação
A B3 opera a grande e sistemicamente importante câmara de compensação (CCP), que atua como contraparte central garantidora, e a infraestrutura de serviços de central depositária (CSD) com uma estrutura de gestão de risco que provou ser resiliente durante períodos econômicos voláteis e estar em conformidade com os princípios internacionais reconhecidos — o que é um fator fundamental para a qualidade de crédito intrínseca da B3, uma vez que está exposta ao risco de default por parte dos participantes no mercado.
Por Arena do Pavini