Por Juliana Schincariol
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A incorporadora Cyrela (SA:CCPR3) continuará tendo como prioridade a venda de estoques sem prejudicar margens e sendo seletiva no lançamento de novos imóveis, diante de um cenário econômico de pouca previsibilidade.
"O mercado ainda responde bem aos lançamentos. A gente tem feito poucos lançamentos, mas tem sido assertivo. Em 2016, com certeza, seremos seletivos nos lançamentos. A cada trimestre temos que estar preparados para o que der e vier", disse o co-presidente da empresa, Raphael Horn, em teleconferência com analistas.
A incorporadora informou na véspera que teve lucro líquido de 131 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 26,7 por cento na comparação anual.
Às 13h06, as ações da Cyrela exibiam alta de 1 por cento, a enquanto o Ibovespa mostrava recuo de 1 por cento.
No fim do setembro, o estoque a valor de mercado da Cyrela era de 6,85 bilhões de reais, queda de 5,5 por cento ante junho. Já o estoque pronto caiu de 1,79 bilhão a 1,74 bilhão. Disso, os 10 maiores projetos respondem por 27,5 por cento. A região Nordeste representa 31,6 por cento do estoque pronto.
O executivo afirmou que ainda há bastante concorrentes ainda fazendo liquidação de preços, o que não é bom para o setor e não ajuda a trazer os preços para um valor mais justo.
O preço médio do metro quadrado de apartamentos anunciados em 20 cidades brasileiras teve leve queda de 0,01 por cento em outubro na comparação com setembro, de acordo com o índice FipeZap. Em 12 meses, os preços subiram 2,16 por cento em outubro, diante de uma inflação de 9,93 por cento, de acordo com o IPCA.
"A conjuntura não está fácil e não tem sinal de melhoras no curto prazo no cenário econômico. A gente vai tentar continuar vendendo estoques sem afetar margens", disse do executivo.
Sobre as restrições ao financiamento imobiliário, o diretor financeiro e de relações com investidores da Cyrela, Eric Alencar, disse que, do lado corporativo, a empresa não tem restrição dos bancos, o que já acontece com alguns concorrentes.
Para as pessoas físicas, por outro lado, está mais difícil obter um empréstimo, mas o financiamento direto ainda representa uma parte muito pequena. No terceiro trimestre foram cerca de 200 alienações fiduciárias, disse.