Indicadores surpreendentes da economia americana deram força ao dólar no exterior nesta sexta-feira, 21, aliviando a percepção de que a retomada das atividades produtivas nos Estados Unidos pode ser lenta. Por outro lado, dados vacilantes na Europa e o impasse do Brexit derrubaram o euro e a libra.
Perto do horário do fechamento das bolsas de Nova York, o euro caía a US$ 1,1793 e a libra esterlina, a US$ 1,3093, levando o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, a fechar o dia em alta de 0,49%, a 93,247 pontos. O dólar ainda subia a 105,87 ienes, na mesma marcação.
"Os sinais de que a recuperação europeia está abalada ajudaram o dólar a se recuperar do nível mais baixo em dois anos, atingido recentemente", afirma o analista Joe Manimbo, do Western Union.
Para Chris Turner, do ING, o euro vai dando seus primeiros sinais de "fadiga", após a escalada recente. "A liquidação de euro ganhou algum impulso nesta sexta-feira, com PMIs decepcionando amplamente", afirma, em relatório enviado a clientes. "Com o ressurgimento dos casos de covid-19 em muitas partes do mundo, o temor agora é de que as expectativas de recuperação em 'V' sofrerão um golpe em setembro", completa.
Na Europa, a suspeita de que a reabertura não tem o vigor antes precificado foi ampliada após dados fracos, como o PMI composto da zona do euro, que caiu de 54,9 em julho para 51,6 em agosto. A notícia de que continuam as negociações por um acordo comercial entre União Europeia e Reino Unido para vigorar a partir de 2021 continuam em impasse também pressionou as divisas europeias, dando força ao DXY.