Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O diesel R, da Petrobras (BVMF:PETR4), que tem um percentual renovável, poderia ter um mandato adicional ao do biodiesel na composição da mistura obrigatória com o diesel fóssil, defendeu o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da petroleira, Maurício Tolmasquim, em entrevista a jornalistas após evento no Rio de Janeiro.
O diesel R pode ter até 7% de óleo vegetal na sua composição, apresentando as mesmas características físico-químicas do diesel S10 Petrobras. Isso permitiria que o produto fosse misturado ao diesel B, que já conta com biodiesel, atualmente em uma parcela de 12%.
"Já temos uma indústria de biodiesel e não devemos voltar atrás, mas nada impede que uma vez fixado o mandato do biodiesel você tenha um valor a mais de diesel R", afirmou ele, durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase).
Uma das preocupações da indústria de biodiesel é perder mercado para o diesel R da Petrobras.
"Não temos problema nenhum em aumentar o percentual de biodiesel... mas poderia ter um mandato adicional (para o diesel R)", acrescentou o diretor, buscando minimizar preocupações sobre o produto da Petrobras tirar mercado do biodiesel.
"O diesel R não vai competir com o biodiesel porque o biodiesel tem um limite que o veículo pode ter, e isso (diesel R) vai além do biodiesel. Não existe competição, biodiesel é importante, tem seu espaço... Diesel R não é em detrimento do biodiesel. Estamos falando em ter mais três, quatro, cinco pontos percentuais (de mistura) com esse diesel renovável."
Se ambos tivessem um mandato, poderia haver uma demanda adicional por óleos vegetais produzidos a partir da soja, que hoje domina a oferta da matéria-prima para o biocombustível.
Contudo, ainda não há uma regulação para o diesel R, lembrou o diretor da Petrobras, acrescentando que, por isso, a empresa tem dificuldades de monetizar melhor o combustível.
(Edição de Roberto Samora)