Roma, 23 out (EFE).- O diretor-geral do grupo italiano de tecnologia aeroespacial e defesa Finmeccanica, Paolo Pozzessere, foi preso nesta terça-feira em Roma sob a acusação de corrupção internacional por causa de seu envolvimento em supostas irregularidades na venda de equipamentos ao Panamá.
Segundo a imprensa italiana, as autoridades estão investigando uma série de registros em várias empresas vinculadas a Finmeccanica para averiguar a venda de helicópteros e armamentos ao Panamá.
Além disso, o ex-ministro de Desenvolvimento Econômico da Itália, Claudio Scajola, e um de seus colaboradores também estão sendo investigados sob suspeita de crime de corrupção internacional pela mediação de uma venda de navios à Marinha do Brasil.
Neste aspecto, Scajola explicou que, como ministro, "sempre quis ajudar a indústria italiana, grande ou pequena, mas sempre respeitando as regras e as leis". O ex-ministro italiano também assegurou que colaborará com os juízes para esclarecer qualquer tipo dúvida.
O dirigente da Finmeccanica esta sendo investigado pelo caso de supostos pagamentos de subornos aos funcionários do Panamá em troca de contratos, crime pelo qual está preso Valter Lavitola, antigo colaborador do ex-presidente Silvio Berlusconi.
Os investigadores tentam esclarecer os acordos assinados entre Itália e Panamá em agosto de 2010 para compra de equipamentos das empresas Selex, Telespazio e Augusta, todas controladas pela Finmeccanica.
Quando o caso explodiu, o jornal "La Repubblica" publicava a transcrição de umas conversas entre Lavitola e Pozzessere, na qual eles falavam a respeito da entrega de um helicóptero ao presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, "como antecipação do pagamento de 30 milhões" que lhe tinham prometido.
Segundo a imprensa, nem o helicóptero nem o resto do pagamento foi entregue, já que a operação se desmantelou depois que o nome de Lavitola aparecesse em outro caso de suposto suborno a Berlusconi.
Na ocasião, o governo do Panamá desmentiu todas as acusações de pagamento de subornos a Martinelli, assim como a qualquer outra autoridade panamenha. EFE