Investing.com - Enquanto o governo busca a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que autoriza a privatização a Eletrobras (SA:ELET3), advogados que defendem os credores calculam que o passivo com dívidas da estatal, criadas nos anos 1970 e 1980, é de pelo menos o dobro do provisionado pela companhia. As informações são da coluna Mercado Aberto, da edição de hoje da Folha de S. Paulo.
Durante o período, a Eletrobras cobrava nas contas de grandes clientes um valor que representava um empréstimo para ela mesma. Parte da dívida foi vendida e alguns fundos compraram esses títulos. A estimativa dos advogados é que o valor seja de R$ 35 bilhões. No entanto, o ponto de principal divergência é o cálculo dos juros.
A Eletrobras, em balanço divulgado no último mês, reconheceu que a dívida é de R$ 16,6 bilhões. Somente um dos escritórios que defendem os credores afirma ter R$ 10,2 bilhões a receber em valores nominais, sem considerar os juros.
Ao jornal, a Eletrobras explicou que tem critérios para decidir quanto provisiona no seu balanço. Para causas que considera que terão desfecho negativo, ela inclui os valores. Aquelas que classifica como possíveis de serem vencidas na Justiça não têm provisões no balanço, mas são destacadas em notas explicativas no documento. Ainda de acordo com a companhia, há dois julgamentos em tramitação que podem ter um impacto relevante nessa conta, e que os valores deles ainda não apareceram nos balanços.