O dólar opera em alta nos primeiros negócios desta sexta-feira, 17, acompanhando a valorização no exterior da moeda americana e dos retornos dos Treasuries. Os mercados globais reagem à possibilidade de o Federal Reserve ser mais duro e elevar os juros em 50 pontos-base em sua reunião em março. Aqui, parece haver algum incômodo dos investidores também com a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à CNN na quinta-feira.
Lula voltou a criticar o BC e a sinalizar que pode discutir a autonomia da instituição, caso as ações da autoridade monetária não contribuam para melhorar a economia. O presidente questionou ainda o que conversaria com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em um eventual encontro se não poderia influir para reduzir a taxa de juros ou falar sobre emprego, mas ponderou que não tem problema em dialogar com quem quer que seja. Lula disse também que a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), não pode ser a razão pela qual o BC aumenta a taxa básica de juros do País, a Selic. A reunião desta quinta do CMN não trouxe surpresas.
No exterior, a demanda defensiva por dólar e Treasuries pressiona as commodities e as bolsas internacionais, contaminando o Ibovespa futuro, que opera em baixa. O petróleo ampliou perdas e caía mais de 3% por volta das 9h15.
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas informou que o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) arrefeceu a 0,04% na segunda prévia de fevereiro, ante 0,35% na mesma leitura de janeiro.
O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) registrou desaceleração em quatro das sete capitais pesquisadas na segunda quadrissemana de fevereiro. Entre a primeira e a segunda leitura do mês, o índice cheio arrefeceu de 0,57% para 0,52%.
Às 9h28 desta sexta, o dólar à vista subia 0,32%, a R$ 5,2281, na mínima, ante máxima a R$ 5,2546 (+0,56%) após abertura. O dólar março desacelerava alta a R$ 5,2380 (+0,16%), após máxima a R$ 5,2620 após abertura.