Por Ahmed Aboulenein
WASHINGTON (Reuters) - Doses de reforço de vacinas contra a Covid-19 não são necessárias para a população em geral, disseram cientistas, incluindo duas autoridades da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e outros vários da Organização Mundial da Saúde (OMS), em um artigo publicado em uma revista médica nesta segunda-feira.
Os cientistas disseram que mais evidências são necessárias para justificar a necessidade do reforço. A visão é antagônica aos planos do governo norte-americano de começar a oferecer outra rodada de imunizantes para muitos cidadãos completamente vacinados já a partir da semana que vem, dependendo da aprovação dos reguladores de saúde.
Enquanto os casos de Covid-19 provocados pela variante Delta do vírus crescem, o governo do presidente Joe Biden está preocupado que as infecções entre os já vacinados possam ser um sinal de que a proteção está diminuindo, e quer as doses de reforço como uma maneira de reconstruir a imunidade.
A OMS já argumentou que ainda há necessidade de vacinas para a aplicação de primeiras doses em todo o mundo.
"Qualquer decisão sobre a necessidade de aumentar a proteção ou sobre o momento do reforço deveria ser fundamentada em análises cuidadosas de dados clínicos ou epidemiológicos controlados, ou ambos, indicando uma redução persistente e significativa em quadros graves da doença", escreveram os cientistas na publicação médica Lancet.
A avaliação da relação risco-benefício deve considerar um número projetado de casos graves da Covid-19 que a dose de reforço pode prevenir, e se ela seria segura e eficiente contra as atuais variantes, afirmaram os pesquisadores.