Washington, 2 ago (EFE).- As vendas das montadoras Toyota e Honda nos Estados Unidos caíram mais de 20% em julho, em consequência dos efeitos do terremoto e posterior tsunami que atingiram o Japão em março, enquanto suas principais concorrentes registraram aumento da demanda, segundo os dados divulgados nesta terça-feira.
Em julho, as vendas da Toyota nos EUA caíram a 130.802 automóveis, uma baixa de 22,7% em termos absolutos, enquanto as da Honda diminuíram para 80.502 unidades, uma contração de 28,4% em termos absolutos.
Mas os diretores da Toyota, que nesta terça-feira também informou sobre uma baixa de 99% de seus lucros mundiais durante o primeiro ano fiscal da empresa, disseram que a situação está melhorando com a recuperação da produção e o lançamento dos novos modelos.
"Julho representou o primeiro mês inteiro de produção normal de 8 dos 12 modelos montados na América do Norte, incluindo Camry, Corolla, Avalon, Highlander, Matrix, Sequoia, Sienna e Venza", afirmou Jeff Bracken, vice-presidente de Vendas da divisão americana da Toyota, durante uma conferência por telefone.
Ele destacou que, em junho, as vendas da Toyota aumentaram, embora em comparação com os números do mesmo mês de 2010 as vendas sejam quase um quarto menores, e que a recuperação continuará nos próximos meses.
"Camry será o primeiro de quatro novos modelos que chegarão às concessionários antes do fim do ano, seguido pelo Prius V, Yaris e Scion iQ", acrescentou Bracken.
A Honda também assinalou que a situação será melhor no segundo semestre do ano. "Nos próximos meses, vamos melhorar os níveis de estoques, já que a maioria de nossas instalações norte-americanas começa a voltar à produção total em agosto", afirmou John Mendel, vice-presidente de Vendas da Honda nos Estados Unidos.
Mendel também afirmou que o lançamento de novos modelos contribuirá para que a Honda recupere a demanda dos consumidores. "Além disso, os clientes terão dois produtos com grandes modificações entre os quais escolher quando os novos Pilot e Fit 2012 chegarem às concessionárias".
Já as fabricantes americanas, especialmente o Grupo Chrysler, registraram aumentos da demanda. As vendas do grupo Ford subiram 8,9%, as da General Motors (GM) avançaram 7,6% e as do Grupo Chrysler cresceram 20%.
A Chrysler, hoje controlada pela italiana Fiat, superou novamente a marca dos 100 mil veículos vendidos em julho: foram 112.026 unidades, o que se mostrou como novo motivo de alegria entre seus diretores.
"Em um mercado que mais concorrido que um bife barato, fomos capazes de gerar as maiores vendas a particulares dos três últimos anos", afirmou Reid Bigland, responsável de Vendas da Chrysler nos Estados Unidos.
Segundo a empresa, as vendas a particulares, que não levam em conta as vendas de frotas a empresas, aumentaram 33% em julho. As fabricantes, que no passado dependiam das vendas de frotas para elevar seus números, agora preferem as vendas a particulares porque a margem de lucro é maior.
"Acho que essa estatística é o testamento final sobre o progresso que conseguimos com nossos produtos nas áreas de economia de consumo, qualidade e design", acrescentou Bigland.
Já os números de vendas da General Motors foram impulsionadas por veículos de baixo consumo. As quatro marcas da GM venderam em julho um total de 214.915 unidades.
A montadora americana indicou que, pelo quarto mês consecutivo, as vendas do Chevrolet Cruze, seu novo carro compacto de consumo reduzido, superaram as 20 mil unidades e chegaram a 24.648.
Outros dois veículos de baixo consumo, as caminhonetes compactas GMC Terrain e Chevrolet Equinox, tiveram vendas combinadas 73% superiores às de um ano atrás.
"As vendas de nossos carros mais eficientes, como o Chevrolet Cruze e nossas caminhonetes compactas, seguem fortes e agora também estamos observando o impulso sazonal das grandes pick-ups que esperávamos", destacou Don Johnson, vice-presidente de Vendas da GM.
Johnson também espera que o mercado melhore no segundo semestre do ano. "Há pessoas que adiaram as compras de veículos pela incerteza dos preços da gasolina, disponibilidade de veículos e economia. Quando essas condições melhorarem no final de ano, muitos desses compradores voltarão ao mercado".
Enquanto isso, a Ford registrou um forte aumento de 30,9% nas vendas de caminhonetes, e um moderado crescimento de 3,4% de carros de passeio.
"Estamos motivados a ver o forte ritmo das vendas de automóveis, junto com a contínua demanda de nossos carros de baixo consumo, utilitários e caminhões", afirmou em comunicado Ken Czubay, vice-presidente de Marketing da Ford. EFE