Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O adiamento da votação da segunda fase do processo de capitalização da Eletrobras (SA:ELET3) deve fazer com que a oferta se atrase até o segundo semestre, trazendo mais volatilidade para os mercados no período de eleições em outubro, afirma o Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) em relatório divulgado ontem, 21.
No julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU), que aconteceu na quarta-feira, 20, após intenso debate, a presidente do colegiado, Ana Arraes, anunciou a concessão de uma vista coletiva pelo prazo de 20 dias do processo de privatização da Eletrobras. Assim, a discussão voltaria a ser pauta na corte no dia 11 de maio, pouco antes da data definida no cronograma considerado ideal pelo governo para realizar a operação, que seria dia 13 de maio.
Essa segunda fase do processo pretende definir a modelagem que a privatização da estatal aconteceria, incluindo o valuation da empresa. O Goldman Sachs destaca que, caso o TCU aprove essa etapa, a Eletrobras teria que aguardar a divulgação dos resultados do 1T22, prevista para 16 de maio, para preencher as documentações da oferta na CVM e na SEC, órgão semelhante à CVM brasileira. Apenas após os novos números seria possível lançar a oferta de capitalização, o que poderia acontecer entre o final de junho e o início de julho.
O Goldman Sachs manteve o seu posicionamento anterior e reafirma que não vislumbra sucesso no processo de privatização da Eletrobras no momento. Ainda assim, reconhece que um cenário de capitalização bem-sucedido pode gerar valor significativo para a Eletrobras.
Caso o governo abra mão do comando da estatal, o Goldman Sachs acredita que os preços das ações ordinárias da Eletrobras possam valer algo entre R$ 65 e R$ 67,60, enquanto as preferências passariam para um valor entre R$ 71,80 e R$ 74,60.
Hoje, os preços-alvos para os papéis ON e PN da Eletrobras estão em R$ 46 e R$ 51, segundo o Goldman Sachs, que mantém a recomendação de compra do ativo.
Às 11h29, as ações ordinárias da Eletrobras caíam 3,86%, a R$ 40,57 e as preferenciais recuavam 3,03%, a R$ 40,99.