Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A Eletrobras (SA:ELET3) quer uma mediação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para garantir junto à Petrobras (SA:PETR4) um suprimento de gás que viabilize a operação comercial da termelétrica Mauá 3, em Manaus, que iniciou geração em fase de testes nesta quinta-feira.
A unidade da Eletrobras no Amazonas, responsável pela usina, não conseguiu até o momento assegurar disponibilidade de gás devido a dívidas bilionárias do grupo estatal junto à Petrobras. O combustível para os testes da térmica só foi assegurado após a companhia obter uma liminar que obriga a Petrobras a fornecer o insumo.
"Atualmente, a ANP está avaliando os próximos passos a serem tomados na instauração ou não do processo de conciliação/arbitragem", disse a agência reguladora à Reuters, em nota.
Segundo a autarquia, a Eletrobras solicitou "intervenção da agência para viabilizar o fornecimento de gás natural para a UTE Mauá 3 pela Petrobras."
Orçada em 1,7 bilhão de reais, a termelétrica Mauá 3 é importante para substituir a geração de usinas mais caras e poluentes da região, como térmicas a óleo e diesel.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse na quarta-feira que uma solução para as dívidas da Eletrobras com a petroleira é "fundamental". Ele afirmou ainda que esse é um problema que "compete ao governo resolver".
A Petrobras registrou em seu balanço do primeiro trimestre um total de 9,8 bilhões de reais em contas a receber junto a empresas do Grupo Eletrobras, dos quais 8,2 bilhões referentes à Eletrobras Amazonas.
Procurada, a Eletrobras Amazonas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A Petrobras também não comentou de imediato.
(Por Luciano Costa)