BUENOS AIRES (Reuters) - Um consórcio de empresas agrícolas argentinas disse nesta sexta-feira que reduziu suas previsões para as safras de soja e milho desta temporada, devido a uma seca histórica e a geadas no meio do verão, que as companhias alertaram que poderiam custar ao país mais de 20 bilhões de dólares
A Argentina, maior exportador mundial de óleo e farelo de soja e terceiro maior exportador de milho do planeta, foi atingida por uma grave seca, descrita pela bolsa de grãos de Rosário, na província de Santa Fé, como a pior em 60 anos.
“A Argentina está a caminho de perder mais de 20 bilhões de dólares neste ano devido a perdas agrícolas causadas por um desastre climático que afetou a maioria das regiões produtivas com seca e geada”, disse o consórcio CREA em um relatório.
O CREA espera uma colheita de soja de 31,2 milhões de toneladas para a temporada 2022/23, abaixo da previsão inicial de 50 milhões de toneladas, informou em comunicado.
Os produtores de milho devem produzir 38,6 milhões de toneladas para a temporada, em comparação com os 55,2 milhões de toneladas estimados há seis meses.
As últimas estimativas significam que a Argentina produziria 38% menos soja e 30% menos milho do que o previsto inicialmente. O CREA disse que as previsões podem ser revisadas ainda mais para baixo nas próximas semanas.
Na quinta-feira, a bolsa de grãos de Buenos Aires disse que reduziria ainda mais nas próximas semanas sua previsão de colheita de soja atual de 33,5 milhões de toneladas, sem dizer em quanto.
(Reportagem de Jorge Otaola e Maximilian Heath)