Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A francesa Engie tem buscado expandir rapidamente a presença em serviços de energia no Brasil, área em que atua ao oferecer desde soluções de eficiência energética até pequenas e médias instalações de geração solar, e a estratégia de crescimento passará por aquisições, disseram à Reuters executivos da empresa.
A companhia, que controla a Engie Brasil Energia, líder entre investidores privados de geração no país, concluiu recentemente a compra de uma consultoria especializada em gestão de energia, a GV Energy, e está pronta para mais movimentações no setor, segundo eles.
"É uma importante aquisição... Esse investimento está em linha com a estratégia da empresa de estar mais próxima dos clientes, entendendo suas necessidades e respondendo às suas demandas. A Engie vem crescendo de forma sustentável e constante em serviços, e liderar a transição energética passa por sermos relevantes em soluções para nossos clientes e gerar energia renovável", disse o CEO da Engie Brasil, Maurício Bähr.
A Engie já havia anunciado neste ano a compra no Brasil de uma empresa de eficiência energética, a ACS, que presta serviços como monitoramento remoto do consumo de energia, e de uma fatia adicional em uma empresa de energia solar na qual já possuía participação, renomeada como Engie Geração Solar Distribuída.
Segundo a empresa, a GV Energy atende cerca de 370 clientes, para os quais monitora 25 mil pontos de fornecimento e faz a gestão de contratos de compra de energia que movimentam cerca de 5,5 bilhões de reais ao ano.
O presidente da unidade Engie Soluções, Leonardo Serpa, disse que os movimentos têm o objetivo de agregar à companhia um portfólio amplo de serviços e ferramentas que possibilite oferecer aos clientes a melhor gestão de seus custos com energia.
"Acho que esse 'quebra-cabeças' está ficando bem completo, mas ainda tem espaço para aumentar o número de peças. A gente está de olho no mercado, em aquisições pontuais, e ao mesmo tempo fazendo a integração dessas", afirmou o executivo.
Segundo ele, o faturamento da área de serviços da Engie no país "mais do que dobrou" de 2017 para 2018, o que também ocorreu no segmento específico de instalação de sistemas solares, onde a expectativa é terminar o ano com quase 2 mil aplicações, contra "dezenas" em 2016, quando começou a atuação na área.
"Quando fazemos uma avaliação do potencial de crescimento do mercado para os próximos anos, vemos que é um mercado muito jovem... É um crescimento que veio de uma base pequena, mas vai continuar, é um mercado ainda muito pequeno pelo potencial que ainda tem por vir", adicionou.
Uma das apostas da Engie para a expansão no setor solar é a construção de usinas de médio porte, com até 5 megawatts, para vender a energia em pacote a clientes principalmente residenciais e comerciais, conforme publicado pela Reuters em julho.
Projeções da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontam que essas instalações de energia de menor porte, principalmente solares, devem crescer num ritmo de cerca de 143 por cento ao ano até 2027, quando poderão responder por 3 por cento da geração total no país.
(Por Luciano Costa)