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Enviado da ONU na Síria diz que não desistirá perante falta avanços

Publicado 29.01.2013, 22:00

Nações Unidas, 29 jan (EFE).- O representante especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, afirmou nesta terça-feira que não é "dos que desistem" perante a falta de avanços em seu trabalho de mediação para frear uma guerra na qual os lados estão "destroçando" o país "pouco a pouco".

"Não sou dos que desistem. O momento em que sinta que já sou totalmente inservível, então não seguirei nem um minuto mais", declarou Brahimi à imprensa na sede da ONU ao término de um comparecimento a portas fechadas perante o Conselho de Segurança.

O veterano diplomata argelino advertiu hoje que a comunidade internacional não tem mais remédio que seguir ocupando-se da crise na Síria e por isso voltou a exigir aos 15 membros do principal órgão de decisão da ONU que deixem de lado suas diferenças e empreendam ações.

"Eu não queria este trabalho, não preciso dele, mas se estou fazendo talvez seja por um estúpido senso de dever", disse Brahimi, que iniciou seu trabalho de mediação em setembro passado depois da renúncia de seu antecessor, o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan.

Brahimi acrescentou que a outra maneira que pode acabar sua missão é que a ONU e a Liga Árabe decidam separá-lo de suas funções, após o que lembrou que ambas organizações lhe reiteraram seu apoio publicamente, assim como os países do Conselho de Segurança durante o comparecimento desta terça-feira.

"A Síria está sendo destroçada pouco a pouco, as partes se enfadam comigo quando digo isso, mas objetivamente estão destroçando o país pouco a pouco", denunciou o mediador internacional.

Por isso, o diplomata argelino insistiu que o Conselho de Segurança "não pode seguir dizendo que está em desacordo" e propôs a seus integrantes abordar uma das questões "críticas" dos acordos de Genebra: "um Governo de transição com plenos poderes executivos, sem ambiguidades".

Brahimi admitiu que desde que assumiu suas funções houve "poucos progressos" e disse ter reconhecido hoje perante o Conselho que está "envergonhado" por seguir no mesmo ponto, mas indicou também que agora as partes também não dizem que vão ganhar "a próxima semana" e começaram falar de uma possível solução política.

Pelo menos 60 mil pessoas morreram no conflito sírio desde que explodiu em março de 2011 e 612 mil sírios fugiram de seu país com destino a Jordânia, Líbano, Turquia e Iraque, segundo os últimos dados da ONU. EFE

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