Por Letícia Fucuchima e Marta Nogueira
(Reuters) -A norueguesa Equinor submeteu à reguladora ANP as declarações de comercialidade para dois campos no bloco BM-C-33, na Bacia de Campos, com expectativa de volumes recuperáveis superior a 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe), com capacidade de atender 15% da demanda de gás do Brasil.
Nos documentos, a companhia sugeriu que os campos sejam chamados de Raia Manta e Raia Pintada, com previsão de entrada em operação em 2028 e investimentos de aproximadamente 9 bilhões de dólares.
A concessão está localizada a aproximadamente 200 quilômetros do Rio de Janeiro, em profundidades marítimas de até 2.900 metros.
Uma das grandes apostas do Brasil atualmente para aumentar a oferta doméstica de gás natural, o projeto prevê uma plataforma do tipo FPSO, com capacidade de produção de 16 milhões de metros cúbicos de gás/dia e média de escoamento estimada em 14 milhões de metros cúbicos de gás/dia.
O FPSO será ainda o primeiro no país capaz de processar gás e óleo/condensado para atender às especificações de venda sem a necessidade de processamento adicional na costa.
O gás do campo offshore será comercializado por meio de um gasoduto submarino de 200 quilômetros que se conectará a uma infraestrutura de recebimento localizada no Terminal de Cabiúnas (Tecab) na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, e então se conectará à malha de transporte de gás.
Já os líquidos serão escoados por meio de navios-tanque. O FPSO tem capacidade para produzir 126.000 barris de petróleo por dia.
A Equinor é a operadora e líder do consórcio que desenvolve o BM-C-33, com 35% de participação, e tem como sócias a Petrobras (BVMF:PETR4) (30%) e da Repsol (BME:REP) Sinopec Brasil (35%).
Em nota, a Equinor ressaltou que os campos desempenharão um papel fundamental no avanço do mercado de gás brasileiro, estimando que eles terão capacidade de atender a 15% da demanda total de gás do Brasil quando estiverem em produção.
"Isso vai contribuir com a segurança energética e o desenvolvimento econômico no país, possibilitando novas oportunidades de emprego localmente", declarou em nota Veronica Coelho, presidente da Equinor no Brasil.
"Os campos são um encaixe estratégico para as ambições da Equinor em um país onde temos uma história sólida e a intenção de fortalecer ainda mais nossa presença", acrescentou Trond Bokn, vice-presidente sênior de Desenvolvimento de Projetos da companhia norueguesa.
O FPSO do projeto também contará com tecnologia que contribui para uma menor emissão de CO2, por meio de turbinas a gás de ciclo combinado, que combina uma turbina a gás com uma turbina a vapor para aproveitar o excesso de calor que, de outra forma, seria perdido.
(Por Letícia Fucuchima em São Paulo e Marta Nogueira no Rio de Janeiro)