Por Nerijus Adomaitis
OSLO (Reuters) - A Equinor suspendeu suas projeções de produção de petróleo e gás de 2020 em meio a restrições de oferta impostas pelo governo e devido à sobreoferta, acrescentando que ainda pode tomar medidas adicionais para reduzir atividades neste ano.
Com operações do Mar do Norte à África, passando pelas Américas e pela Ásia, a petroleira norueguesa esperava um crescimento de 7% da produção neste ano antes que a Noruega o Brasil e outros países fossem chamados a contribuir com a Opep e seus aliados em cortes de oferta que visam aliviar impactos da pandemia de coronavírus sobre o mercado.
A empresa irá priorizar "valor acima de volume" e poderá considerar mais reduções, mesmo após cortes já anunciados nas atividades, particularmente no setor "onshore" dos Estados Unidos, disse o presidente-executivo da Equinor, Eldar Saetre, em coletiva de imprensa.
Mais tarde, ele disse à Reuters que mais cortes são necessários para normalizar o mercado, o que vai contra previsões de alguns analistas de que os preços do petróleo poderiam começar a se recuperar rumo aos 50 dólares por barril ou mais.
"Ainda há uma grande sobreoferta e pode levar até 2022 para que vejamos um mercado mais normal", disse Saetre.
Mas a Equinor manteve uma projeção de longo prazo que aponta para crescimento médio de 3% por ano na produção entre 2019 e 2026, após ter registrado uma produção recorde de 2,23 milhões de barris de óleo equivalente por dia no trimestre.
A Equinor registrou prejuízo líquido de cerca de 710 milhões de dólares no primeiro trimestre, após baixa contábil de 2,45 bilhões de dólares devido a uma redução na perspectiva para os preços do petróleo no curto prazo.
Os lucros ajustados antes de juros e impostos (EBIT) recuaram para 2,05 bilhões de dólares no período, contra 4,19 bilhões no mesmo período de 2019. Uma pesquisa da Reuters com 29 analistas havia projetado EBIT de 2 bilhões.