LISBOA (Reuters) - O ministro da Infraestrutura de Portugal, João Galamba, renunciou nesta terça-feira, com o escândalo em torno da companhia aérea estatal TAP se ampliando, apenas quatro meses depois de seu antecessor deixar seu cargo por causa da mesma questão.
O Partido Socialista, liderado pelo primeiro-ministro António Costa, conquistou a maioria absoluta do parlamento em janeiro de 2022, mas seu governo passa por instabilidades, com mais de dez ministros e secretários de estado deixando seus cargos desde então.
“Apresento minha renúncia em nome da necessária tranquilidade institucional, valores pelos quais guio meu comportamento”, disse Galamba, em comunicado, negando ter cometido qualquer mal feito e acrescentando que era crucial para ele reafirmar que seu ministério “nunca buscou esconder nenhum fato ou documento” sobre a TAP.
O antecessor de Galamba, Pedro Nuno Santos, renunciou em dezembro, depois de um escândalo que envolveu um pagamento irregular de indenização de 550 mil dólares a um ex-executivo do conselho da TAP.
O escândalo cresceu desde então, com a oposição acusando o governo de mentir.
A controvérsia cada vez maior em torno da TAP pode prejudicar os planos de Lisboa de privatizar a companhia aérea, com empresas estrangeiras maiores, como Lufthansa, Air France-KLM e IAG, dona da British Airways, preparando o terreno para possíveis propostas.
(Reportagem de Sergio Gonçalves e Catarina Demony)