Roma, 12 mai (EFE).- A sede da entidade pública italiana Equitalia - encarregada da arrecadação de impostos - na cidade de Livorno foi atacada neste sábado com dois coquetéis molotov, um dia depois dos distúrbios ocorridos em frente ao escritório de Nápoles em um protesto pelos suicídios em tempos de crise.
Segundo informaram fontes policiais, dois coquetéis molotov foram lançados contra a sede de Livorno (centro da Itália) por volta das 4h30 locais (23h30 de sexta-feira em Brasília), mas só um explodiu, danificando a fachada do escritório.
Sob as janelas da sede da Equitalia em Livorno, que em 5 de janeiro já recebera uma ameaça anônima, foi pintada a mensagem "A luta continua".
Esse incidente inscreve-se no clima de crescente tensão social na Itália devido aos estragos da crise econômica, com um número cada vez maior de suicídios vinculados a ela e pelos quais alguns grupos responsabilizam a elevada pressão fiscal infligida aos cidadãos.
Nesta sexta-feira, um movimento cidadão contrário à Equitalia convocou um protesto diante da sede da agência de arrecadação de impostos em Nápoles (sul da Itália), que terminou com 12 feridos, sendo dez deles policiais.
A concentração perante a sede napolitana da Equitalia pretendia protestar contra a suposta responsabilidade da agência tributária nos suicídios por motivos econômicos registrados na região da Campânia, à qual pertence Nápoles, e exigir o fechamento do escritório.
Também nesta sexta-feira, um pacote-bomba com uma espécie de pó explosivo, mas que carecia de mecanismo para fazê-lo explodir, chegou à sede geral da Equitalia, em Roma.
Em dezembro, a entidade já fora atacada, ao receber também na capital italiana por correio outro pacote-bomba que feriu seu diretor-geral, Marco Cuccagna.
Essa crescente tensão levou a Equitalia a emitir um comunicado no qual indica que é "inaceitável" vinculá-la aos suicídios e pede a instituições, imprensa, sociedade civil e empresários que se comprometam a recuperar "o clima de diálogo e colaboração indispensável para aplacar a tensão". EFE