Por Piya Sinha-Roy e Nichola Groom
LOS ANGELES (Reuters) - "Estrelas Além do Tempo" surpreendeu ao vencer o prêmio de melhor elenco na premiação do Sindicato de Atores dos Estados Unidos (SAG, na sigla em inglês) no domingo, em uma cerimônia politizada na qual os astros criticaram o presidente dos EUA, Donald Trump, por restringir a entrada de viajantes de sete nações de maioria muçulmana.
"Estrelas", a história verídica de três matemáticas negras que atuaram durante a corrida espacial dos anos 1960, superou os favoritos "Manchester À Beira-Mar" e "Moonlight" ao ficar com a maior estatueta da noite.
"Fences", filme baseado na premiada peça de August Wilson a respeito de norte-americanos negros da classe trabalhadora, ganhou dois dos principais prêmios de atuação.
Como "La La Land – Cantando Estações" ficou de fora da categoria principal de melhor elenco, a vitória firmou "Estrelas Além do Tempo" no caminho para o Oscar de melhor filme, a maior honraria da indústria cinematográfica.
Escolhidos por cerca de 120 mil atores dos EUA, os prêmios do SAG vezes encaminham grandes vencedores da Academia do Oscar, já que os atores representam a maior fatia de eleitores do Oscar.
Um Denzel Washington surpreso conquistou o prêmio de melhor ator por "Fences", derrotando os favoritos Casey Affleck, de "Manchester À Beira-Mar", e Ryan Gosling, de "La La Land."
A colega de elenco Viola Davis, que venceu como melhor atriz coadjuvante, agradeceu o falecido Wilson por homenagear "o homem mediano, que por acaso era um homem de cor".
A premiação do Sindicato de Atores consagrou muitos atores negros em um ano no qual a diversidade em Hollywood está em pauta, e a política assumiu o centro do palco, já que muitos artistas fizeram discursos contundentes criticando direta ou indiretamente o veto de Trump a viajantes muçulmanos.
Julia Louis-Dreyfus, que venceu como melhor atriz de comédia pela sátira política "Veep", classificou a medida de Trump de "mácula".