Javier Alonso.
Paris, 15 mai (EFE).- O espírito do "Grande Gatsby", o filme que abre nesta quarta-feira o Festival de Cannes com uma versão protagonizada por Leonardo di Caprio, é revivido na casa de campo luxuosa que pertencia a Scott Fitzgerald e agora está à venda na Riviera Francesa.
A espetacular casa na qual Fitzgerald viveu com sua esposa, Zelda, onde o autor de "Grande Gatsby" escreveu "Suave é a noite", figurou em algumas edições da qual muitos consideram a melhor obra do autor americano e resume o glamour associado com o Gatsby cinematográfico de Robert Redford e agora, di Caprio.
"Reflete com muita felicidade o espírito daquele período", explicou à Agência Efe Maria McLean, da Sotheby's International Realty, que administra a venda da Vila Picolette, que tem um preço de cerca de 27,5 milhões de euros.
A casa pertence atualmente a uma "empresa alemã", da qual McLean não deu detalhes por desejo dos proprietários, que conservou na propriedade reproduções de fotografias de Fitzgerald, que viveu no local entre 1922 e 1924.
"O que mais ganha destaque é a sua localização, alta e perto da praia. É possível chegar pela casa através do mar", explicou McLean, que no entanto afirmou que não é um museu, mas "um lar para uma família" com uma renovação que devolveu ao lugar o esplendor dos "loucos anos vinte".
Está na mesma costa - a que os anglo-saxões denominam como "Riviera Francesa" - na qual a "geração perdida" americana elegeu se refugiar para escapar das normas que limitavam suas ânsias de desfrutar da vida e que viu passar, além dos Fitzgerald, Somerset Maugham, Coco Chanel, Salvador Dalí e Jean Cocteau, por citar somente alguns.
A casa foi descrita em "Suave é a noite", no começo do romance, como a vila uma "ampla e rosada", com palmeiras que refrescavam sua fachada e perante a qual há uma "praia deslumbrante".
Com sete dormitórios, vários terraços nos quais Fitzgerald costumava organizar festas que lembravam às que o "grande Gatsby" dava em sua propriedade de Long Island, e uma piscina de um azul profundo como a costa na qual está encravada, a vila é uma das muitas que fazem desta parte do Mediterrâneo francês um exemplo do máximo luxo.
A Vila Picolette mantém, segundo a empresa que procura um comprador, "toda a elegância e sofisticação do período do Art Déco, embora adaptada à vida do século XXI".
A casa se situa nesse lance do Mediterrâneo que é denominado como "baía dos milionários", no Cap d'Antibes e próximo a Cannes, onde nesta quarta-feira começou o festival cinematográfico que leva o nome desta cidade.
É a zona na qual as estrelas do cinema escolhem ficar hospedadas durante o festival de Cannes, porque querem estar suficientemente próximos à Croisette, mas não tanto por conta do assédio da imprensa internacional.
Os arredores da cidade do festival estão salpicados de mansões e vilas com vastos jardins e praias privadas, nas quais de vez em quando a imprensa internacional que cobre o evento cinematográrico pode visitar para entrevistar algumas estrelas da sétima arte.
É o caso por exemplo do exclusive palacete que agora é um hotel de luxo, o Hôtel du Cap-Eden-Roc, no próprio Cap d'Antibes e onde é celebrada habitualmente a festa benéfica para arrecadar fundos contra a aids e que neste ano voltará a ter como apresentadora a atriz americana Sharon Stone.
Este hotel construído como mansão privada, mas brevemente transformado em alojamento turístico para os mais privilegiados, também guarda uma estreita relação com Fitzgerald, que o imortalizou como o Hôtel dês Étrangers em "Suave é a noite". EFE
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