Madri, 31 jul (EFE).- O estado espanhol teve um déficit de 4,04% do PIB nos seis primeiros meses deste ano, número que o deixa acima do objetivo fixado de 3,5% para a Administração central em 2012 dentro do compromisso assumido com a União Europeia para fechar o ano com uma redução do déficit público de até 6,3% do PIB.
Até junho, o déficit foi 78,5% superior ao do mesmo período de 2011, o que, segundo o Governo, se deve à antecipação de transferências realizadas a outras administrações, especialmente às comunidades autônomas, que na Espanha têm muitas competências de Governo, entre elas os serviços públicos de saúde e a Educação, e que enfrentam grandes dificuldades de financiamento.
Segundo a secretária de Estado de Orçamentos, Marta Fernández Currás, se não forem contabilizados tais adiantamentos, o estado central espanhol tivesse cumprido teria alcançado o objetivo fixado de déficit ao somar 2,56% do PIB, abaixo dos 3,5% estabelecidos.
O Governo de Mariano Rajoy espera compensar nos meses que restam o efeito das transferências adiantadas aos Governos regionais e fechar o ano dentro do limite.
Nos seis primeiros meses do atual exercício, os pagamentos da Administração central não financeiros somaram 82,082 bilhões de euros, aumento de 18,6% frente ao mesmo período do ano anterior.
A receita não financeira foi de 49,035 bilhões de euros, 7,3% mais que em 2011.
Para o próximo exercício, a Espanha tem que manter o esforço para reduzir o déficit público até deixá-lo em 4,5% do PIB, após reduzi-lo este ano para 6,3%, como exige a UE, e no horizonte de deixá-lo abaixo de 3% do PIB em 2014.
Este último objetivo tinha sido fixado para 2013, mas finalmente a UE deu um ano mais para a Espanha para alcançá-lo.
Para cumprir esse objetivo, o Governo de Rajoy anunciou no dia 11 de julho um novo pacote de ajustes, que implicam novos cortes e o aumento dos impostos indiretos através do IVA, para economizar 65 bilhões de euros (cerca de US$ 80 bilhões) daqui até o final de 2014.
A economia espanhola entrou de novo em recessão, situação que se prevê que se mantenha em 2013, e que tem seus efeitos mais dramáticos no aumento do desemprego, que já soma mais de cinco milhões e meio de pessoas, 24,6% da população ativa - 53% entre os jovens -, segundo os últimos dados oficiais. EFE