Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O estoque total de crédito no Brasil subiu 2,2% em setembro sobre agosto, a 5,177 trilhões de reais, correspondente a 55,0% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o Banco Central nesta quinta-feira, mostrando vigor nas concessões de empréstimos mesmo diante do forte aperto monetário implementado para segurar a inflação.
Nos últimos 12 meses, o saldo total de crédito acumula uma elevação de 16,8%, de acordo com os dados da autoridade monetária.
No recorte por tipo de tomador dos empréstimos, o saldo de crédito a pessoas físicas subiu 1,9% no mês passado e 20,3% em 12 meses. Para as pessoas jurídicas, o crescimento foi de 2,6% em setembro e 12,0% em 12 meses.
Na tentativa de controlar a inflação no país, o Banco Central colocou em prática um agressivo ciclo de alta da taxa básica de juros, que só foi interrompido em setembro, com a Selic a 13,75% ao ano. Nesta quarta-feira, o Copom optou por deixar a Selic no mesmo patamar.
No mês passado, os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, ficaram em 40,4%, um ligeiro recuo de 0,2 ponto percentual no mês --houve crescimento de 9,9 pontos em 12 meses.
Nos recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve alta de 0,2 ponto no mês, a 10,4%, com elevação de 2,4 pontos em 12 meses.
O spread bancário, diferença entre o custo de captação das instituições e o valor cobrado nos empréstimos ao público, ficou em 28,3 pontos percentuais no crédito livre, mesmo patamar observado no mês anterior --em agosto de 2021 estava em 21,5 pontos.
No mês passado, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 4,0%, ante 3,9% em agosto.
(Por Bernardo Caram)