SÃO PAULO (Reuters) - As estradas federais brasileiras tinham 59 interdições nesta manhã de sexta-feira devido aos bloqueios de caminhoneiros, um número menor do que o registrado na véspera, quando governo anunciou que começaria a multar manifestantes.
A Polícia Rodoviária Federal registrava bloqueios em cinco Estados nesta manhã (Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará), ante 88 interdições na noite anterior em seis Estados.
Os caminhoneiros que continuarem bloqueando rodovias do país poderão ter de pagar multas judiciais de 5 mil a 10 mil reais por hora, disse na quinta-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Segundo boletim desta manhã da Polícia Rodoviária Federal, 25 autuações foram realizadas no Paraná e uma no Rio Grande do Sul. Em Mato Grosso do Sul, policiais prenderam uma pessoa --o relatório não detalha as circunstâncias da prisão.
Os bloqueios, que entraram no décimo dia nesta sexta-feira, estão prejudicando o transporte de mercadorias, afetando principalmente as indústrias de alimentos.
A BRF, uma das principais empresas de alimentos do mundo e maior exportadora de carne de aves do país, está tendo dificuldades para cumprir alguns embarques programados para o exterior, devido a protestos de caminhoneiros que bloqueiam as estradas neste mês, disse o presidente do Conselho de Administração da companhia, Abilio Diniz.
No meio da semana, a companhia informou que outras unidades produtivas, especialmente na região Sul, foram afetadas pelos bloqueios das rodovias brasileiras. Por causa disso, em muitas delas a operação passou a ser parcial.
Outra companhia do setor de carnes, a JBS, informou nesta semana a suspensão das atividades em oito unidades.
O protesto dos caminhoneiros, que buscam redução do custo com diesel, além de melhores condições de frete, também afeta outras empresas e setores, como o abastecimento de combustíveis.
(Por Roberto Samora)