Por Andrea Shalal
ROMA (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, trocaram alertas durante reunião de cúpula do G20 neste domingo contra ações que possam elevar as tensões no Estreito de Taiwan.
Em um encontro que durou uma hora em Roma com Wang, Blinken deixou "muito claro" que Washington se opõe a qualquer mudança unilateral de Pequim no status quo local envolvendo Taiwan, disse uma autoridade de alto escalão do Departamento de Estado norte-americano.
A recente intensificação dos exercícios militares chineses na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, incluindo o que Taipé disse terem sido oito incursões do tipo neste domingo, é parte do que a ilha democrática enxerga como um crescente assédio militar por parte de Pequim.
Os Estados Unidos querem gerenciar a intensa competição entre as duas maiores economias do mundo de forma responsável, disse a autoridade do Departamento de Estado, acrescentando que os dois lados concordaram que manter abertas as linhas de comunicação é fundamental.
Wang, por sua vez, manifestou "a solene preocupação da China sobre várias questões nas quais os EUA prejudicaram os legítimos direitos e interesses chineses, e pediu aos EUA que mudem de curso e promovam a volta das relações sino-americanas ao caminho de um desenvolvimento saudável", disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado.
Wang disse que os Estados Unidos culpam de forma errônea a China por uma mudança no status quo sobre Taiwan, acrescentando que a "conivência" e "apoio" dos EUA às forças favoráveis à independência de Taiwan são os responsáveis, acrescentou o comunicado.
A China reivindica a ilha como parte de seu território e vê qualquer intervenção estrangeira em Taiwan como uma interferência em seus assuntos internos.
O encontro de Blinken com Wang foi o primeiro presencial entre ambos desde uma troca ríspida entre os dois lados em Anchorage, Alasca, em março, quando as autoridades norte-americanas e chinesas fizeram duras críticas às políticas um do outro.
A reunião deste domingo em Roma foi "excepcionalmente sincera", mas produtiva, e ajudará a estabelecer as bases para uma cúpula virtual entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping, no final deste ano, disse o funcionário norte-americano.