Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - A agência de segurança do tráfego em rodovias dos Estados Unidos National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) disse nesta segunda-feira estar em contato com a Tesla (NASDAQ:TSLA) sobre um tuíte do presidente-executivo da montadora, Elon Musk, que cita uma função de monitoramento de motorista.
Um tuíte de 31 de dezembro sugeriu que motoristas com mais de 16 mil quilômetros rodados com um carro da Tesla e que utilizam o sistema "Full Self-Driving" (FSD) deveriam poder desativar um alerta que instrui motoristas a segurarem o volante do veículo para confirmar que estão prestando atenção na condução do automóvel. Musk respondeu: "Concordo, atualização chegando em janeiro."
A NHTSA disse nesta segunda-feira que "está em contato com a Tesla para coletar informações adicionais". A Tesla não comentou.
A agência de segurança automotiva confirmou que as perguntas sobre o tuíte de Musk estão ligadas à investigação em andamento sobre problema no sistema de assistência ao motorista, Autopilot, em 830 mil veículos Tesla.
A NHTSA está analisando se os veículos da Tesla garantem adequadamente se os motoristas estão prestando atenção. As evidências sugerem que na maioria dos acidentes em análise os motoristas cumpriram o alerta acionado pelo carro, que busca atrair a atenção do condutor, levantando questões sobre sua eficácia.
A Tesla vende o sistema FSD, que custa 15 mil dólares, como um complemento que permite que os veículos mudem de faixa e estacionem de forma autônoma. Isso complementa o recurso padrão de "piloto automático", que permite que os carros dirijam, acelerem e freiem sem a intervenção do motorista. Ambos os sistemas usam a função de monitoramento do motorista.
No mês passado, a NHTSA abriu duas novas investigações sobre acidentes envolvendo veículos da Tesla, com suspeita de que sistemas avançados de assistência ao motorista estivessem em uso. Desde 2016, a NHTSA abriu mais de três dúzias de investigações sobre acidentes com carros da Tesla, onde sistemas avançados de assistência ao motorista, como o piloto automático, eram suspeitos de serem usados, com 19 mortes relatadas.
Em dezembro de 2021, a NHTSA começou a investigar a Tesla por permitir que passageiros pudessem jogar videogames na tela sensível ao toque no painel frontal, devido a preocupações com a distração do motorista.