José Antonio Pascual.
Madri, 5 jun (EFE).- Apontada por muitos como uma Copa do Mundo sem a presença de Brasil e Argentina, a Eurocopa disputada na Polônia e Ucrânia terá um desfile de craques e grandes times, entre eles a Espanha, que tenta entrar para a história com o segundo título consecutivo da competição.
A abertura da principal competição continental de seleções do planeta acontecerá nesta sexta-feira, com o duelo entre um dos anfitriões, a Polônia, contra a Grécia, campeã europeia em 2004, no Estádio Nacional de Varsóvia.
Os espanhois sonham se tornar a primeira equipe a conquistar por duas vezes seguidas o torneio. Após alcançar em 2008 o título continental na decisão contra a Alemanha, a 'Fúria' chegou ao topo do futebol mundial dois anos depois, na África do Sul.
O técnico Luis Aragonés foi o encarregado de comandar a seleção espanhola na conquista da Eurocopa de 2008, em Áustria e Suíça. Foi naquele ano a primeira grande mostra de que o futebol sempre combativo apresentado pela seleção, também acrescentava a seu jogo o toque de bola refinado e a intensa pressão para comandar as partidas.
Vicente del Bosque substituiu o veterano treinador, mas manteve o estilo e o desejo por conquistas. Com o treinador, no estádio Soccer City, em Johanesburgo, a Espanha se tornou campeã do mundo pela primeira vez na sua história.
Mesmo sem dois grandes nomes presentes nas conquistas anteriores, os jogadores do Barcelona Carles Puyol e David Villa, que perderão a Eurocopa por lesão, todo o histórico e a manutenção de uma mentalidade vencedora colocam a 'Fúria' como principal favorita ao título.
E como manda o figurino do futebol, um grande favorito sempre tem rivais de respeito. E é o caso desta edição do torneio, que apresenta Alemanha e Holanda como os principais oponentes do espanhois. Além disso, França e Itália querem fazer valer o peso das camisas para voltar a mandar no continente. Já rivais como Inglaterra, Portugal, Rússia, Grécia, além das donas da casa, sonham em surpreender.
A Alemanha desponta como o rival principal da Espanha. O time de Joachim Löw, vítima da 'Fúria' na final de Viena em 2008 e nas semifinais da Copa do Mundo, quer se consolidar com um título, além é claro, de desejar a revanche.
Nas Eliminatórias para a competição, os alemães venceram todos os seus 10 jogos - só a Espanha saiu 100% da fase preliminar, com oito vitórias. Além disso, não são poucos os jogadores da equipe que vivem grande fase, como Neuer, Schweinsteiger, Özil, Gómez.
O pódio das grandes favoritas é fechado pela Holanda. Os vice-campeões do mundo, mais uma vez sob o comando de Bert van Marwijk, chegam a Euro 2012 com a mesma base que chegou perto do título na África do Sul. Sneidjer, Robben e Van Persie são os grandes nomes do time.
A França vem de duas péssimas campanhas na última Euro e na Copa do Mundo, mas, reabilitada nas mãos de Laurent Blanc, pode sonhar alto, assim como a Itália, que procura se recuperar de péssima campanha na África do Sul, quando caiu na primeira fase, assim como os franceses.
Afundados em um novo escândalo de combinação de resultados e fraude em loterias esportivas - cenários semelhantes aos que antecederam os títulos mundiais de 1982 e 2006 -, os italianos estão no grupo C, e duelarão conta Espanha, Croácia e Irlanda, comandada pelo velho conhecido Giovanni Trapattoni.
Outro italiano que chegou perto da Euro foi Fabio Capello, que acabou deixando a seleção inglesa no início do ano. Com isso, a missão de conduzir a equipe coube ao veterano Roy Hodgson. Os ingleses estão no grupo B e com muitos desfalques - Barry, Lampard e Cahill foram os últimos cortados - vão tentar superar França, a Suécia e a co-anfitriã Ucrânia.
Uma das principais zebras recentes do futebol mundial, a Grécia, campeã europeia de 2004, está no grupo A, junto com a Rússia, que se destacou na última Euro, além da República Tcheca, do heroi do Chelsea Petr Cech, e a co-anfitriã Polônia.
Contando com uma das principais estrelas do futebol mundial atual, o atacante Cristiano Ronaldo, Portugal vai tentar desbancar holandeses e alemães no que foi considerado o "grupo da morte". A Dinamarca tem a ingrata missão de completar o grupo B.
As semanas que antecederam a competição foram marcadas por incidente político. Dirigentes de vários países da União Europeia anunciaram que não assistiriam as partidas disputadas em território ucraniano, em protesto ao tratamento dado a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, atualmente líder da oposição no país. EFE