Bruxelas, 14 nov (EFE).- O Eurogrupo deu sinal verde nesta quinta-feira a uma "saída limpa" da Espanha do resgate aos bancos quando expirar, em janeiro de 2014, os 18 meses de programa sem qualquer medida de acompanhamento ou ajuda adicional.
"Acertamos no Eurogrupo que, quando o programa expirar no começo de janeiro, ele acabará", anunciou o ministro de Economia e Competitividade espanhol, Luís de Guindos, na saída da reunião dos titulares de Finanças da eurozona.
"Respaldamos plenamente a decisão da Espanha para uma saída limpa do programa. Graças a este, os bancos espanhóis estão agora mais fortes, são mais resistentes e a regulação supervisora também foi fortalecida", afirmou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, na entrevista coletiva após a reunião.
"Isto pode ser visto na confiança dos mercados e nos encorajadores dados econômicos recentes da Espanha", continuou.
Dijsselbloem afirmou ainda que, ao mesmo tempo, a agenda de reformas estruturais da Espanha seguiu avançando em paralelo ao saneamento dos bancos, "permitindo a volta ao crescimento e uma diminuição dos desequilíbrios macroeconômicos".
Além disso, Dijsselbloem disse que "as autoridades espanholas estão decididas a manter o impulso reformista".
Por sua vez, Guindos assegurou que o fim do programa "é uma boa notícia, não só para o sistema bancário espanhol, é uma boa notícia para a economia espanhola e para a economia europeia, e aqui estão as bases para a recuperação da economia espanhola".
"Acho que o importante e o mais relevante é a opinião que nestes momentos o sistema bancário espanhol é muito mais sólido, solvente, firme do que era há um ano e meio. Além disso, eles completaram todos os passos a que tinham se comprometido", assegurou o ministro.
De Guindos também disse que "não está prevista qualquer necessidade adicional de capital para os bancos espanhóis" e que a situação do setor é "completamente distinta à qual tínhamos há um ano e meio", quando o governo espanhol solicitou a ajuda de seus parceiros europeus.
O ministro indicou que graças ao resgate bancário, as reformas iniciadas pelo governo e os avanços conseguidos em nível europeu, a Espanha pôde evitar a solicitação de um "resgate total", como foi o caso da Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre.
"Foram as decisões corretas em um momento muito difícil, em um momento no qual havia enormes dúvidas sobre a solvência da economia espanhola, mas acho que se evidenciou que as decisões que se tomaram foram as corretas, tanto do ponto de vista da solvência bancária, como do ponto de vista do conjunto de reformas do governo espanhol", acrescentou. EFE
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