Por Nick Carey
LONDRES (Reuters) - Governos e empresas de energia elétrica precisam de planos ambiciosos para infraestrutura de carregadores de baterias suficiente para atender 130 milhões de veículos elétricos até 2034, segundo um levantamento elaborado por EY e Eurelectric.
Segundo o estudo "Setor de energia acelerando a mobilidade elétrica", a Europa vai precisar de 65 milhões de carregadores de bateria de veículos elétricos - 9 milhões públicos e 56 milhões residenciais - para lidar com o esperado crescimento do mercado em relação aos 3,3 milhões de veículos movidos a eletricidade que trafegam pelo continente atualmente.
Um em cada 11 carros novos vendidos na União Europeia em 2021 foi totalmente elétrico, um salto de 63% sobre 2020.
A Europa tem hoje 374 mil estações públicas de recarga de baterias, dois terços dela concentradas em cinco países - Holanda, França, Itália, Alemanha e Reino Unido - enquanto alguns nações europeias não possuem um único carregador a cada 100 quilômetros. Esta "polarização entre as economias arrisca desestabilizar" a eletrificação, afirma o levantamento.
Para conseguir atender a demanda, a Europa precisa instalar meio milhão de recarregadores públicos por ano até 2030 e um milhão por ano depois disso, afirmou o líder das áreas de energia e recursos da EY, Serge Colle.
Mas a construção desta infraestrutura "enfrenta grandes atrasos" por causa de questões sobre planejamento e licenças, disse a secretária-geral da Eurelectric, Kristian Ruby.
"Estamos fazendo este alerta aos políticos em todos os níveis", disse Ruby. "Se queremos ir atrás disso (infraestrutura de recarregamento) então precisamos de permissão para avançar."
Além disso, o aumento das vendas de veículos elétricos vai elevar a demanda por eletricidade na Europa em 11% ao ano, segundo o estudo.
Para mitigar os riscos deste crescimento para as redes locais de energia, o estudo recomenda apoio a soluções alternativas como oferta de incentivos para os donos de veículos elétricos recarregar fora dos horários de pico, algo que poderia reduzir os ápices na demanda por energia em 21%.