Bruxelas, 27 nov (EFE).- Os ministros de Finanças da eurozona e o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram nesta segunda-feira a um acordo sobre a fórmula que lhes permitirá cobrir as necessidades financeiras da Grécia nos próximos anos e garantir a sustentabilidade da dívida helena.
"Celebro as decisões tomadas pelos ministros de Finanças, que certamente reduzirão a incerteza e fortalecerão a confiança na Europa e na Grécia", afirmou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ao deixar a reunião do Eurogrupo em Bruxelas.
Após 13 horas de negociações, a eurozona e o FMI fecharam um acordo para reduzir a dívida grega a 124% de seu PIB em 2020, contra os 120% previstos inicialmente, o que equivale a cerca de 40 bilhões de euros. Em 2022, esse índice terá que ficar "substancialmente" abaixo de 110% do PIB, explicou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.
Também ficou definida a diminuição em 100 pontos básicos das taxas de juros dos empréstimos bilaterais concedidos à Grécia.
Além disso, serão reduzidos em 10 pontos básicos os custos das taxas das garantias pagas pela Grécia pelos empréstimos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).
Paralelamente a isso, serão ampliados em 15 anos os vencimentos dos empréstimos bilaterais e dos empréstimos do FEEF e em 10 anos o prazo para que a Grécia pague os juros relacionados a esses últimos.
Por outra parte, os países da eurozona se comprometem a depositar, a partir do ano fiscal de 2013, o lucro que os bancos centrais nacionais tiveram sobre os bônus gregos desde 2010.
Os países resgatados, como Irlanda e Portugal, não terão que participar desse esquema enquanto estiverem sendo assistidos.
O Eurogrupo ressalta, no entanto, que essas medidas serão produzidas em fases e estarão condicionadas ao cumprimento por parte da Grécia das reformas estipuladas no programa de resgate e a um período de supervisão posterior.
A eurozona também se mostra disposta a considerar mais medidas e assistência, mas apenas se a Grécia alcançar um superávit primário anual de 4,5% do PIB a partir de 2016.
Quanto à recompra de dívida grega, essa opção ainda deve ser "completada", explicou Lagarde, enquanto o presidente do grupo de trabalho do Eurogrupo, Thomas Wieser, também avaliou que esse sistema deve ser "estruturado e finalizado". EFE