Por Valerie Insinna
WASHINGTON (Reuters) - A Boeing (NYSE:BA) planeja ampliar a produção de seu jato mais vendido, o 737, para um recorde de pelo menos 57 por mês até julho de 2025, refletindo o aumento dos pedidos e a recuperação da empresa após a crise do 737 MAX, de acordo com duas fontes com conhecimento do assunto.
A meta atingiria o objetivo não cumprido da fabricante de aviões de vários anos atrás, que foi abandonado em 2019, quando o MAX foi suspenso globalmente após dois acidentes aéreos mortais.
Tanto a Boeing quanto sua rival europeia Airbus (EPA:AIR) estabeleceram metas ambiciosas de aumento de produção à medida que as viagens aéreas e as vendas de aeronaves se recuperam, com a Airbus produzindo aviões de corredor único sob demanda ainda mais rapidamente do que a fabricante de aviões norte-americana.
A Boeing apresentou o plano na versão mais recente de seu cronograma para fornecedores, que foi reafirmado pela fabricante de aviões em meados de setembro, disseram as fontes à Reuters sob condição de anonimato porque o documento não é público.
A Boeing não quis comentar.
O cronograma tem como meta que a produção do 737 atinja 42 jatos por mês até dezembro de 2023, confirmando as declarações feitas pelo diretor da Boeing Commercial Airplanes, Stan Deal, à Bloomberg TV em junho.
A partir daí, a produção mensal do 737 -- que inclui o 737 MAX, bem como modelos anteriores usados para aviões militares -- deverá crescer para 47,2 jatos em junho de 2024 e 52,5 jatos em dezembro de 2024, antes de atingir uma taxa constante de 57,7 aeronaves por mês em julho de 2025.
Uma versão anterior do plano, informada pela Reuters em abril, previa a produção de 52 jatos por mês em janeiro de 2025.
Antes da suspensão do 737 MAX em 2019, a Boeing estava produzindo 52 aviões 737 por mês, a caminho de uma meta de 57.
A meta formal de produção do 737 da Boeing é de 50 por mês para o período de 2025 e 2026, revelada pela empresa em novembro passado durante um dia do investidor.
No entanto, o presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, disse que um aumento na taxa de produção para 60 jatos por mês poderia ser cogitado à medida que a empresa acumulasse pedidos, como um acordo com a Air India para quase 200 MAXs reservados para este ano.
"Eu adoraria chegar a 60 entregas e o mercado está preparado para isso. Não há dúvidas quanto a isso", afirmou Calhoun em uma teleconferência de resultados em julho.
O presidente-executivo da Boeing acrescentou que o segundo semestre de 2024 seria um momento-chave para a empresa provar que pode manter sua cadeia de suprimentos estável e manter seu plano de aumento.
"Se passarmos por isso bem e executarmos bem, então falaremos com todos vocês sobre 60 entregas", disse Calhoun na ocasião. "Mas não quero me antecipar."