Por Julie Zhu e Anirban Sen
HONG KONG/NOVA YORK (Reuters) - A Shein está em busca de aprovação da China para abrir seu capital nos Estados Unidos, disseram duas fontes com conhecimento do assunto, o que ressalta os limites da varejista de moda de se apresentar como uma empresa global em vez de chinesa.
A medida pode complicar ainda mais os planos da Shein, que encontrou resistência política nos Estados Unidos. Um grupo bipartidário de parlamentares norte-americanos pediu que a Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador do mercado de capitais nos EUA, bloqueasse a oferta pública inicial da Shein até verificar que ela não utiliza trabalho forçado.
A Shein, que segundo uma das fontes foi avaliada em 66 bilhões de dólares em uma arrecadação de fundos em maio, se registrou para o IPO nos EUA com o órgão regulador chinês em novembro, afirmaram as duas fontes. Isso aconteceu apesar de ter transferido sua sede de Nanjing para Cingapura em 2022.
A Shein, que vende roupas baratas em mais de 150 países, também entrou com um pedido confidencial para o IPO em novembro, segundo reportagem da Reuters. Em um sinal da natureza aparentemente complicada do processo, o órgão chinês ainda não respondeu ao pedido de IPO da Shein, disse uma das fontes.
A Shein não respondeu ao pedido por comentário nesta sexta-feira, nem a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) ou a SEC.
O pedido da Shein à CSRC para a abertura de capital nos EUA a deixa sujeita às novas regras de listagem de Pequim para empresas chinesas abrindo capital no exterior, disseram as fontes.
(Reportagem de Julie Zhu, em Hong Kong, e Anirban Sen, em Nova York; Reportagem adicional de Kane Wu)