RIO DE JANEIRO (Reuters) - As exportações de petróleo da Petrobras (SA:PETR4) vão aumentar bastante em 2019 e a companhia está atuando no exterior, especialmente na Ásia, para desenvolver mais mercado, afirmou nesta segunda-feira o presidente da petroleira estatal, Ivan Monteiro, ao participar de seminário da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O executivo, que assumiu a cadeira de presidente em junho deste ano, após renúncia de Pedro Parente, informou que esteve recentemente no exterior, visitando Pequim, Cingapura e Amsterdã, como parte de agendas da empresa com outros países.
"A Petrobras se tornou uma empresa exportadora de petróleo... e ano que vem esse volume exportado aumentará bastante. Estamos em Cingapura para desenvolver mercado, conhecer novos clientes, vender mais e assim é pautada a atuação da Petrobras no exterior", disse Monteiro, durante o seminário, sem detalhar.
As exportações de petróleo da Petrobras fecharam o primeiro semestre em 462 mil barris ao dia, queda de 16 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.
A produção de petróleo da Petrobras caiu 5 por cento no primeiro semestre, na mesma comparação, em meio a desinvestimentos realizados nos campos de Lapa e Roncador, entre outros fatores, mas deverá registrar um salto no próximo ano, com novos sistemas entrando em produção no pré-sal.
Em entrevista à Reuters em meados de setembro, o diretor-executivo financeiro e de relacionamento com investidores da estatal, Rafael Grisolia, disse que a empresa terá como objetivo elevar a produção de petróleo de 8 a 10 por cento em 2019, para cerca de 2,3 milhões de barris por dia (bpd).
O executivo destacou ainda que, além da Petrobras, empresas como Vale (SA:VALE3) e Embraer (SA:EMBR3), também estão atuando em Cingapura como forma de contribuir "com desenvolvimento do Brasil, mas também sendo muito bem recebidos pelo governo de Cingapura".
O executivo esteve recentemente em Pequim para avançar na parceria com a CNPC. Na semana passada, a estatal anunciou que fechou acordo com a companhia chinesa para conclusão das obras da refinaria do Comperj e investimentos no cluster de Marlim, na Bacia de Campos.
Nos dois empreendimentos, os chineses terão 20 por cento de participação. Valores envolvidos não foram divulgados.
O executivo apontou ainda realizações da companhia após os impactos sentidos pela operação Lava Jato e frisou que a empresa hoje recuperou sua capacidade de investimento.
Monteiro foi diretor financeiro de toda a gestão de Parente e durante o período em que a empresa teve como CEO Aldemir Bendine.
"A Petrobras recuperou sua capacidade de investimento, seus projetos são aprovados obedecendo todos os critérios que deveriam ter sido sempre levados em consideração, sua curva de produção de óleo aumentará fantasticamente entre 2018 e 2019 e voltamos a pagar dividendos", afirmou.
O executivo, em período de silêncio antes da divulgação dos resultados do terceiro trimestre, em 6 de novembro, deixou o evento sem falar com jornalistas.
(Por Marta Nogueira)