Por anos, o Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34)tem violado as leis de segurança dos Estados Unidos ao manipular audiência e omitir relatórios a investidores. As acusações são de Frances Haugen, ex-gerente de produtos do Facebook que denunciou a empresa em queixa à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês).
A queixa sobre o alcance da plataforma afirma que, "por anos, o Facebook deturpou as principais métricas para investidores e anunciantes, incluindo a quantidade de conteúdo produzido em suas plataformas e o crescimento de usuários individuais", especialmente em "faixas demográficas de alto valor", como a de adolescentes americanos.
"Ao exibir muitos anúncios a usuários pelos quais os anunciantes não almejavam pagar, o Facebook cobrava a mais dos anunciantes em enorme escala", destaca a denúncia.
A equipe jurídica de Haugen aponta que registros internos do Facebook mostram que mais de 15% das novas contas criadas por adolescentes são secundárias ou duplicadas. Dessa forma, o uso do Facebook entre jovens adultos de 18 a 24 anos "continua em declínio", em especial em países com a economia mais desenvolvida, e tais usuários passaram a "ficar menos tempo, produzir menos e enviar menos mensagens" na plataforma, comparado a pessoas com mais de 30 anos.
Apesar de na pandemia da covid-19 o uso de redes sociais e aplicativos terem aumentado, a denúncia diz que a queda no número de usuários jovens continuou mesmo durante a crise sanitária. "Durante a covid, todas as faixas do Facebook subiram, exceto a de 23 [anos] ou menos, que continuou em declínio". A mudança, segundo o relatório, persiste desde 2019.
As novas acusações de que o Facebook "deturpou" suas métricas de "alcance e frequência" formam uma das oito reclamações apresentadas à SEC.
Em cartas à comissão escritas pela Whistleblower Aid, uma organização legal sem fins lucrativos que se identificou como representante de Haugen, o Facebook também foi acusado de deixar de tomar medidas contra o extremismo, discurso de incitação ao ódio, tráfico humano e violência étnica em seus aplicativos, incluindo o Instagram.
Na esteira das acusações, o Facebook apresentou, na segunda-feira, 4, uma pane de seus sistemas por uma falha interna. Apesar de os serviços terem ficado fora do ar por mais de seis horas, a plataforma informou que não houve um ataque hacker nem vazamento de dados de usuários.